terça-feira, 30 de agosto de 2011

Bisfenol: você come sem saber e adoece sem querer, artigo de Frederico Lobo | Portal EcoDebate

Bisfenol: você come sem saber e adoece sem querer, artigo de Frederico Lobo | Portal EcoDebate

Golfinhos que 'pescam' com conchas surpreendem cientistas

DA BBC BRASIL


      Pesquisadores acreditam que um método de pesca com conchas pode estar se espalhando entre a população de golfinhos de Shark Bay, no Oeste da Austrália.

        Os cientistas fotografaram golfinhos-nariz-de-garrafa do Indo-Pacífico (Tursiops aduncus) pegando conchas com o bico e as sacudindo no ar fazendo com que a água saísse de dentro delas, assim como os peixes que estavam escondidos ali.
      O pesquisador Simon Allen, da Universidade de Murdoch, diz que o comportamento - raramente visto anteriormente - parece estar se tornando mais frequente na região. E enquanto outras técnicas de pesca usadas por golfinhos são geralmente ensinadas verticalmente, de mãe para filhos, o uso de conchas pode estar sendo passado entre golfinhos do mesmo grupo.
     "Se realmente estamos testemunhando a difusão horizontal deste comportamento, eu assumiria que isso acontece quando um golfinho observa atentamente um companheiro golfinho pescando com conchas e aí imita o comportamento", diz Allen.
      "Há uma fascinante possibilidade de que esse comportamento possa se espalhar diante de nossos olhos, ao longo de algumas pesquisas de campo, e de que possamos registrar essa difusão."

Comportamento raro

      Os golfinhos de Shark Bay só haviam sido vistos levando conchas nos bicos cerca de cinco vezes durante 25 anos de pesquisas na região, mas ninguém havia conseguido explicar o comportamento.
     Entre 2007 e 2009, pesquisadores da Universidade de Murdoch e da Universidade de Zurique observaram que os golfinhos estavam tentando pegar peixes escondidos dentro das conchas.
      Durante os quatro meses de pesquisa de campo, em 2011, em Shark Bay, os cientistas conseguiram registrar o comportamento em pelo menos seis diferentes oportunidades. Agora, eles querem descobrir exatamente como os golfinhos usam as conchas.
      "Ainda não sabemos se os golfinhos simplesmente seguem os peixes até que eles procurem refúgio em uma grande concha ou se os golfinhos chegam a mexer nas conchas anteriormente, talvez as virando com a abertura para cima com o objetivo de torná-las mais 'atraentes' para os peixes como um lugar de esconderijo", diz Allen.
FONTE:




POR UMA ÉTICA DO CUIDADO E DA RESPONSABILIDADE

Por Lourenço Zancanaro

      A constatação da vulnerabilidade do mundo, da natureza e da vida humana compõe o grande legado de Hans Jonas, aponta o filósofo Lourenço Zancanaro na entrevista que concedeu por e-mail àIHU On-Line. Frente a essa fragilidade, “a única saída é o cuidado, a responsabilidade. Ao cuidarmos das gerações presentes, também estaremos cuidando das futuras”. Assim como Kant,Jonas também aposta na autonomia como norte para o agir: 

      “Somos autônomos para buscar o melhor e este deve ser sempre mais desejável que o pior. A autonomia é tomar posse da realidade como algo que precisa ser cuidado diante do excesso de poderes que a ciência nos dá. Somos chamados a deliberar sobre os novos podes que a tecnologia nos fornece”. Zancanaro esclarece que Jonas não se contrapõe à tecnologia ou à ética: “Uma boa ética pode fazer uma boa ciência e isto está no âmbito da deliberação em relação ao nosso poder”. A ética jonasiana é baseada nos limites, no cuidado, renúncia, previsão, prevenção e antecipação dos riscos “ante a possibilidade dos efeitos tecnológicos conduzirem o planeta a consequências imprevisíveis”.

     Lourenço Zancanaro é graduado pelas Faculdades Associadas do Ipiranga, especialista em Estudos Brasileiros pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialista em Filosofia Brasileira pela Universidade Estadual de Londrina – UEL e mestre em Filosofia Social pela Pontifícia Univrersidade Católica de Campinas – PUC-Campinas. Cursou doutorado em Educação na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, com a tese O conceito de responsabilidade em Hans Jonas. Autor deBioética – estudos e reflexões 3 (Londrina: CEFIL, 2002), leciona na UEL. 

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como analisa a importância do legado filosófico de Hans Jonas?

Lourenço Zancanaro  Hans Jonas é um filósofo que pensa a ética a partir das exigências do nosso tempo. Não critica a ética tradicional, apenas mostra que esta não deixou, nem poderia ter deixado, regras para as modalidades inteiramente novas do poder tecnológico, já que sempre analisou a ação humana voltada para o “agir próximo”. Sua preocupação se limitava à discussão da “qualidade do ato moral momentâneo” e não da previsão ou do tempo das gerações futuras agora ameaçadas pelo progresso técnico.

É uma reflexão sobre a ética dos limites, do cuidado, da renúncia, da previsão, da prevenção, da antecipação dos riscos, ante a possibilidade dos efeitos tecnológicos conduzirem o planeta a consequências imprevisíveis. A obra “The imperative of responsibility” – In search of an ethics for the technological age é básica para a compreensão do tema da responsabilidade.

Influências e “fenômeno da vida”

Sua trajetória filosófica recebe influência heideggeriana, além do liame entre os estudos históricos, especialmente a gnose, em seguida a filosofia da biologia e, finalmente, a ética de responsabilidade. O objeto de análise será a magnitude das consequências dos processos tecnológicos potencializados que afetam o agir. 

Parte da constatação de que “se a natureza do agir mudou, também deverá haver mudanças na ética”. Portanto, o empreendimento objetiva a investigação do conceito de responsabilidade, seu significado para as tarefas atuais da humanidade, cada vez mais influenciadas pelas transformações tecnológicas que criam dioturnamente novos “espaços de ação”. Chama a atenção para os exageros do poder ilimitado da moderna tecnologia, defende a existência de uma eticidade para o mundo da natureza e declara que o fenômeno da vida necessita ser colocado novamente no seu lugar de honra.

O novo princípio de responsabilidade terá como objeto concreto de entendimento a possibilidade de perpetuação indefinida da humanidade no futuro que poderá estar comprometida pela degradação do meio ambiente, pelos perigos da energia nuclear, pelos avanços e possibilidades da engenharia genética e da biotecnologia. A humanidade encontra-se diante da “ameaça” dos novos poderes que ultrapassam a legislação e as prescrições morais. É esse vácuo que necessita ser preenchido pela reflexão, um vazio ético que é, para Jonas, “o vazio do atual relativismo dos valores”.

O excesso de poder da tecnologia se converteu em ameaça e perigo porquanto sua consistência está associada à ideia de “promessa, utopia, sucesso e bem-estar”. A utopia acompanha a técnica porque ela revela poder, onipotência e dominação. Os êxitos e os grandes avanços “afetaram a própria natureza humana” onde o “medo” e o “perigo” levantam a possibilidade de uma catástrofe. Portanto, se o homem tem “poder” e se este foi possível pelo avanço do conhecimento científico, a ética fundada na doutrina do ser abre espaço para dizer “não” ao “não ser” e isto significa “sim à vida”. Jonas deixou-nos um legado importante: o mundo é vulnerável, a natureza é vulnerável assim como a vida humana. Diante da vulnerabilidade a única saída é o cuidado, a responsabilidade. Ao cuidarmos das gerações presentes, também estaremos cuidado das futuras.

IHU On-Line – Quais são as suas maiores contribuições para o campo da educação?

Lourenço Zancanaro – No campo da educação, a teoria da responsabilidade ajudará a levantar questões que poderão contribuir para a filosofia da educação. Não obstante, não poderá referir-se à escola como a única responsável pelo sucesso ou fracasso da vida em sociedade. A educação perfaz a totalidade das ações, desde aquelas veiculadas pelos meios de comunicação, das ações públicas dos legisladores, do respeito intersubjetivo dentro do espaço público e da responsabilidade paterna como arquétipo de toda a responsabilidade.

Posto que a tarefa da educação no seu sentido amplo é dar uma formação global de conhecimentos que auxiliam a gestão da vida no mundo, a ética de responsabilidade poderá ser um bom instrumento na valorização da vida, do meio ambiente e de tudo que deve existir. Nesse sentido, as “obrigações” partem exatamente deste contexto e da análise das ações presentes. A responsabilidade para com o futuro terá como causa o apelo da situação presente. Se tivermos um “poder” de qualquer tipo, deste originar-se-á uma “obrigação” com o futuro. Não podemos comprometer o futuro, dando prioridade ao “pior” sobre o “melhor”, ao mais “ínfimo” sobre o mais “elevado”.

IHU On-Line – Em que medida o princípio de responsabilidade é, também, uma proposição que dialoga com a autonomia do ser humano?

Lourenço Zancanaro
 – O imperativo da responsabilidade – “Age de tal maneira que o efeito das tuas ações não coloquem em risco a possibilidade de vida no futuro” – representa o que há de mais fundamental na reflexão bioética. Somos autônomos para buscar o melhor e este deve ser sempre mais desejável que o pior. A autonomia é tomar posse da realidade como algo que precisa ser cuidado diante do excesso de poderes que a ciência nos dá. Somos chamados a deliberar sobre os novos podes que a tecnologia nos fornece. Portanto, a autonomia tem o sentido de deliberação sobre o uso das tecnologias, no sentido de análise das consequências futuras do seu uso. Jonas não é contra a tecnologia, nem muito menos a ética: uma boa ética pode fazer uma boa ciência e isto está no âmbito da deliberação em relação ao nosso poder.

IHU On-Line – Poderia comentar a proximidade entre o pensamento desse filósofo com o sistema kantiano, na medida em que Jonas postula um “imperativo ambiental”?

Lourenço Zancanaro – Referindo-se aos antigos imperativos, Hans Jonas destaca o kantiano – “Age de tal maneira que possas também querer que a máxima do teu agir se converta em lei universal da natureza” –; faz isso tecendo algumas observações. 

A afirmação kantiana “que possas” expressa a razão, de acordo consigo mesma. Numa comunidade de seres racionais, a ação deve ser tal que, sem se contradizer, deixe-se apresentar como prática universal dessa comunidade. Para Jonas, a proposição “não é moral, mas lógica”. O “poder-querer” ou o “não poder-querer” exprime mais “compatibilidade (ou incompatibilidade) lógica, e não aprovação (ou desaprovação) moral”. Tal formulação é incompatível com o propósito da nova ética onde a esfera da ação não é mais o agir individual, mas coletivo. Considera que sua proposição não contém nenhuma autocontradição, pois está orientada para o domínio da esfera pública, onde os efeitos últimos das ações podem colocar em risco a possibilidade de vida futura. 

O imperativo de Jonas não contém contradição de ordem racional porque está adaptado ao agir coletivo. A moralidade do querer consiste efetivamente em exercer um poder sobre aquilo que está em nossas mãos. Em Jonas está o caráter público e objetivo da responsabilidade direcionada à existência concreta contra a escolha privada e subjetiva em Kant. Em Kant, a universalização é hipotética; em Jonas, a responsabilidade é com as “políticas públicas” e o bem comum. Sève lembra que, em Jonas: “A política é o coração da ética de responsabilidade porque está endereçada muito mais à política pública que a conduta privada”. Todavia essa discussão mereceria um debate maior.

IHU On-Line – Quais podem ser as relações a serem estabelecidas entre ética ambiental e responsabilidade antropocósmica?

Lourenço Zancanaro – A ética tradicional está fundada em injunções que colocam em evidência os fundamentos e obrigações que justifiquem a obediência em princípios, tais como: “Ama teu próximo como a ti mesmo; não consideres jamais o próximo como um meio, mas como um fim em si”, Jonas mostra, ao apresentar a ideia de uma “natureza estável”, onde tudo o que era bom para o homem devia ser aceito sem dificuldade. A responsabilidade humana estava igualmente definida, a partir da condição dada pela natureza. A essência constante estabelecida pela natureza colocava o homem numa condição de dependência, a obrigação estava direcionada ao aperfeiçoamento da potencialidade natural, e os projetos, definidos de acordo com a norma eterna. A essência constante é um traço característico para a ação do homem metafísico que não pode ser considerado objeto de transformação pela técnica e, muito menos, objeto de responsabilidade futura. Resumimos a questão em três aspectos fundamentais.

Jonas mostra que as proposições do agir próximo são insuficientes e pergunta pelo seu significado moral ante as enormes transformações tecnológicas. Pela sequência de certos desenvolvimentos provocados pelo poder, a natureza do agir humano se transformou. Diante disso, faz-se necessário buscar novas vias interpretativas sobre as consequências desses poderes não mais restritos ao espaço da pólis, e limitados ao tempo futuro enquanto eternidade, mas como possibilidades a longo prazo. Esse entendimento requer adaptação aos novos tempos, uma vez que a ampliação do poder tecnológico modificou a natureza do agir. O argumento que exige transformação da ética está nos novos significados dos objetos culturais para o homem. Se são poderosos e causaram transformações na natureza do agir, logo o argumento é procedente.

Resignação

A visão “antropocêntrica” caracteriza-se pelo significado efetivo da reciprocidade do homem a partir das suas necessidades. Além do mais, ele é possuidor de uma essência constante que não pode ser considerada objeto de transformação. Finalmente, o espaço da ação no agir próximo é determinado pela ideia de perfeição quase imediata. A longo prazo, as consequências eram abandonadas ao “acaso, ao destino, à providência”. A ética se ocupava com “as situações repetitivas típicas da vida pública e privada”. Nesse contexto situa-se o conceito de “homem bom”, que respondia com virtude e sabedoria às situações próximas da vida pública e privada, de um lado, e, de outro, resignava-se ante o desconhecido. Mandamentos e máximas preocupavam-se com o imediato da ação e revelavam o campo de ação da moralidade, enfatizando a práxis cotidiana, o alcance imediato, e excluindo a previsão a longo prazo. “A moralidade ficava restrita ao estreito campo da ação”.

IHU On-Line – A partir da filosofia de Jonas, quais são as principais dificuldades em se propor uma ética dentro da civilização tecnológica em que vivemos?

Lourenço Zancanaro
 – Uma das principais dificuldades da teoria da responsabilidade está na sua fundamentação a partir da metafísica, especialmente quando recorre a pré-modernos. Fundar uma ética a partir do ser SER ou do ponto de vista metafísico ainda não foi suficientemente aprofundado e é o ponto onde são feitas as maiores críticas a ele. Todavia, Jonas faz isso propositadamente para chamar a atenção dos modernos sobre o quanto a vida foi banalizada e, sobretudo, de quanto deixamos de ser pastores do ser. A vida é tudo o que temos. O excesso de poder e a onipotência que a ciência nos dá poderão colocar em risco nossa existência e também a da natureza. Por isso a responsabilidade é com a vida, com sua continuidade para sempre. Nossa relação com o mundo deve ser de complementaridade. 

Por Márcia Junges

FONTE:
Carta às esquerdas
Boaventura de Sousa Santos

Sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal) e da Universidade de Wisconsin (EE.UU.)
Adital
       [Livre das esquerdas, o capitalismo voltou a mostrar a sua vocação anti-social. Voltou a ser urgente reconstruir as esquerdas para evitar a barbárie. Como recomeçar? Pela aceitação de algumas ideias. A defesa da democracia de alta intensidade é a grande bandeira das esquerdas].
      Não ponho em causa que haja um futuro para as esquerdas, mas o seu futuro não vai ser uma continuação linear do seu passado. Definir o que têm em comum equivale a responder à pergunta: o que é a esquerda? A esquerda é um conjunto de posições políticas que partilham o ideal de que os humanos têm todos o mesmo valor, e são o valor mais alto. Esse ideal é posto em causa sempre que há relações sociais de poder desigual, isto é, de dominação. Neste caso, alguns indivíduos ou grupos satisfazem algumas das suas necessidades, transformando outros indivíduos ou grupos em meios para os seus fins. O capitalismo não é a única fonte de dominação, mas é uma fonte importante.
      Os diferentes entendimentos deste ideal levaram a diferentes clivagens. As principais resultaram de respostas opostas às seguintes perguntas. Poderá o capitalismo ser reformado de modo a melhorar a sorte dos dominados, ou tal só é possível para além do capitalismo? A luta social deve ser conduzida por uma classe (a classe operária) ou por diferentes classes ou grupos sociais? Deve ser conduzida dentro das instituições democráticas ou fora delas? O Estado é, ele próprio, uma relação de dominação, ou pode ser mobilizado para combater as relações de dominação?
      As respostas opostas as estas perguntas estiveram na origem de violentas clivagens. Em nome da esquerda cometeram-se atrocidades contra a esquerda; mas, no seu conjunto, as esquerdas dominaram o século XX (apesar do nazismo, do fascismo e do colonialismo) e o mundo tornou-se mais livre e mais igual graças a elas. Este curto século de todas as esquerdas terminou com a queda do Muro de Berlim. Os últimos trinta anos foram, por um lado, uma gestão de ruínas e de inércias e, por outro, a emergência de novas lutas contra a dominação, com outros atores e linguagens que as esquerdas não puderam entender.
        Entretanto, livre das esquerdas, o capitalismo voltou a mostrar a sua vocação anti-social. Voltou a ser urgente reconstruir as esquerdas para evitar a barbárie. Como recomeçar? Pela aceitação das seguintes ideias.
      Primeiro, o mundo diversificou-se e a diversidade instalou-se no interior de cada país. A compreensão do mundo é muito mais ampla que a compreensão ocidental do mundo; não há internacionalismo sem interculturalismo.

     Segundo, o capitalismo concebe a democracia como um instrumento de acumulação; se for preciso, ele a reduz à irrelevância e, se encontrar outro instrumento mais eficiente, dispensa-a (o caso da China). A defesa da democracia de alta intensidade é a grande bandeira das esquerdas.

    Terceiro, o capitalismo é amoral e não entende o conceito de dignidade humana; a defesa desta é uma luta contra o capitalismo e nunca com o capitalismo (no capitalismo, mesmo as esmolas só existem como relações públicas).

      Quarto, a experiência do mundo mostra que há imensas realidades não capitalistas, guiadas pela reciprocidade e pelo cooperativismo, à espera de serem valorizadas como o futuro dentro do presente.

    Quinto, o século passado revelou que a relação dos humanos com a natureza é uma relação de dominação contra a qual há que lutar; o crescimento econômico não é infinito.

     Sexto, a propriedade privada só é um bem social se for uma entre várias formas de propriedade e se todas forem protegidas; há bens comuns da humanidade (como a água e o ar).

     Sétimo, o curto século das esquerdas foi suficiente para criar um espírito igualitário entre os humanos que sobressai em todos os inquéritos; este é um patrimônio das esquerdas que estas têm vindo a dilapidar.

      Oitavo, o capitalismo precisa de outras formas de dominação para florescer, do racismo ao sexismo e à guerra e todas devem ser combatidas.

      Nono, o Estado é um animal estranho, meio anjo meio monstro, mas, sem ele, muitos outros monstros andariam à solta, insaciáveis à cata de anjos indefesos. Melhor Estado, sempre; menos Estado, nunca.

      Com estas ideias, vão continuar a ser várias as esquerdas, mas já não é provável que se matem umas às outras e é possível que se unam para travar a barbárie que se aproxima.

FONTE: