quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
O amor da criação que
habita em todas as vidas
Jesus tão conhecido e ao mesmo tempo
tão misterioso. Quem foi esse humano muito mais que humano? Ele é consagrado
desde Mestre a Príncipe e seus ensinamentos podem ir muito além do que está na
Bíblia, escrita por muitos homens de várias gerações posteriores. Signo de toda
bondade e compaixão universal será que realmente no Natal apregoamos o “não
matarás”. É no silêncio do prato bonito,
da bela ceia e para muitos, a fartura e até a sua forma requintada da
ostentação alimentar que está a grande incógnita. São leitões, perus e toda
diversidade dos seres ditos de alimentação e domesticados que são mortos aos
milhões neste período de festas. A sociedade estigmatiza e segrega sob olhar da
utilidade os seres dos quais reservamos para a companhia ( cão e gato, por
exemplo ) e outros a sentença do abate sem sua permissão. Sim, isso é algo extremamente pragmático. Ora
tudo que é vivo, assim o quer permanecer. Nós também queremos viver, afinal todos
somos sujeitos de uma existência.
Existe um abismo entre quem foi aquele
produto e quem é depois de um rótulo com marca e preço. Depois do código de
barras parece que ficou mais fácil dissimular a vida, afinal de contas, se até
as pessoas em regimes escravagistas possuem valor pela sua utilidade. Então o
que deixar para a vaquinha feliz dos comerciais bobos e que idiotizam cada vez
mais os consumidores. Parece que há uma
cortina invisível que impede que as pessoas façam as conexões mentais e de
emocionais entre o consumo e o real significado da data natalina. O
mandamento “não matarás” é o mais taxativo, “não matar”, traduz não tirar a
vida. Será que ainda é preciso qualificar essa vida? Se vivêssemos radicalmente
esse mandamento não seria derrubada nem sequer uma árvore, não seria poluído
nenhum rio, não seria lançado aos oceanos nenhum esgoto e por ai vai ... de tão
ampla a acepção do “não matarás”. Por tanto esse é um ensinamento altamente
revolucionário e talvez Jesus já soubesse do nível de desconexão com a natureza
ou Deus a que chegaríamos hoje.
Façamos um Natal consciente com o coração,
não apenas consumo, ostentação da mesa mais rica na disputa de selfies cheios
de caras e bocas. Será que só isso se resume a data? Vamos optar pela compaixão
por todos os seres, somente assim podemos escrever uma nova história para o
nosso planeta. Buscando civilizar o mais profundo humano em nós cintilando mais
amor a todas as formas de vida. Tenho certeza que esse será o maior presente a
Jesus. Feliz Natal a tod@s!
domingo, 15 de novembro de 2015
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
domingo, 7 de junho de 2015
sexta-feira, 5 de junho de 2015
A disciplina do amor
Por Lygia Fagundes
Telles
Foi na França, durante a Segunda
Grande guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia
esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da
tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria
acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já
conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele
correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu
dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra,
o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir
diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em pé,
atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim
que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até
chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio
preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no
pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo,
distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora ele disparava para o compromisso
assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a
memór ia dos homens!) as p essoas foram se esquecendo do jovem soldado que não
voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros
familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era
jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas
estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando?…Uma tarde (era inverno) ele
lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
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