O TEU ABANDONO DE HOJE É O
TEU AMANHÃ: aos abandonadores de todo tipo
Por Swami Fonseca
Hoje se joga fora tudo: de bichos a
pessoas! Vivemos no “Império do Descarte” onde é perdida a noção de que coisas
são coisas para serem usadas e que vidas ( pessoas e animais ) são vidas para
serem respeitadas e não podem serem consideradas coisas para serem descartadas.
Decadente gênero humano que está criando uma civilização tecnocrata e que está
perdendo o senso da ternura e da compaixão. O “ser” deu lugar ao “ter” e para
tanto não se vive, apenas se existe em caixinhas de horários, de conveniências,
do senso comum, tudo muito superficial para evitar reflexões que conduzirão a
sair da vala comum. Por isso; tudo que fugir desse rito deve ser eliminado para
não dar trabalho e aí começa a lista da descartabilidade que vai desde recém
nascidos humanos até cães abandonados. Todas essas vítimas são perfeitas porque
são silenciosas na sua fragilidade. O abandonador é um covarde que fugiu a sua
responsabilidade, que falhou como ser humano, falhou na afetividade. Num mundo
de idas e vindas ele encontrará a resposta ao seu ato cruel em algum lugar a
seu tempo.
Nesta época de final de ano começa a
triste sina dos abandonos. Cães e gatos são largados, jogados fora como se
fossem lixos. Pararam se servir como bibelôs porque deixaram de ser bonitinhos,
pois ficaram velhos e por isso o seu “tutor” lhes deu a sentença do abandono.
Ou mesmo ficaram doentes com necessidade de atendimento especial e ninguém da
família quer dispor de tempo para a sua dedicação. Ou mudança de residência que não terá lugar
para o animal. Ou animais que deram uma voltinha e foram acidentados e o dono
não quer cuidar. Enfim o abandono sempre trás uma desculpa infame para um fim
trágico. Eis a grande traição humana, que faz com que o animal acredite que é
membro da família para qualquer pretexto o abandonar.
Medo, pânico, solidão são apenas alguns
dos sentimentos que o animal vivencia, depois a fome, a sede, a doença e por aí
vai toda a desgraça que a rua tem para lhe oferecer, incluindo atropelamentos e
maus tratos. E enquanto essa via sacra para o animal apenas começa o
abandonador mente para si mesmo - numa
verdadeira imbecialidade – que o animal ficará bem como num passe de mágicas.
Afinal de contas o abandonador deve acreditar em contos de fadas e acha que a
rua tem o “gênio da comida e água” para o animal. Essa mentira para si mesmo
traz profundas conseqüências para o animal que passa a ser estigmatizado como
ser “da rua”, mas que na verdade ele teve uma casa e foi abandonado friamente
por seu responsável.
Na rua, na estrada, no canalete, na
praia o abandono é o mesmo. É condenar um animal inocente a uma sentença de um
crime que ele não cometeu. Talvez o azar em ter ido para pessoas irresponsáveis
que não aprenderam o que é amar porque o animal já nasce sabendo a grande lição
universal. Bicho não é brinquedo, não é bibelô, não é lixo para ser descartado.
Lembre-se: você não gostaria de ser colocado fora pela sua família! Nunca
abandone! Não compre animais, pois você está incentivando o comércio e a
geração de filhotes, pois nem todos terão uma chance de encontrar um bom lar.
Opte em adotar sempre. Mas adote com responsabilidade, pois aquele animal será
o seu melhor amigo. Denuncie o abandono!