quarta-feira, 9 de março de 2011

No Dia da Mulher, palestinas protestam contra ocupação e machismo

DA EFE, EM KALANDIA (CISJORDÂNIA)

          Uma centena de palestinas promoveram uma manifestação nesta terça-feira em frente ao posto de controle militar de Kalandia, nos arredores de Ramala, para expor sua luta contra o machismo da sociedade e a ocupação israelense.
         As manifestantes aproveitaram a celebração do Dia Internacional da Mulher para apresentar suas reivindicações, que incluem o fim da ocupação dos territórios palestinos e uma reforma social que permita às palestinas avançar em uma sociedade tradicional e patriarcal.
           Balançando bandeiras palestinas e trazendo cartazes com slogans como "Não à ocupação, sim à libertação", "Mulheres palestinas unidas contra a ocupação" e "Liberdade para os presos palestinos", as mulheres --acompanhadas por um punhado de homens-- caminharam até o posto militar, onde dirigiram seus gritos contra cerca de 20 soldados israelenses.
         "Nossa principal luta é pelo fim da ocupação, por nossas metas nacionais, o retorno de nossa gente ao país e o estabelecimento de nosso Estado independente, com Jerusalém como capital", explicou Khitam Saafin, presidente do Sindicato de Comitês de Mulheres Palestinas.
           A ocupação "prejudica todo mundo, mas as mulheres carregam o fardo duplamente porque não têm poder suficiente para enfrentar as mortes, prisões e confisco de terras" que provoca, acrescentou.
        "A libertação é um passo, mas o outro é a igualdade social e a democracia interna na sociedade palestina", resumiu.
        Amal Jreishe, diretora da Sociedade de Mulheres Trabalhadoras Palestinas para o Desenvolvimento, denuncia que "na Palestina há muita discriminação por gênero e muita violência machista".
        "Apenas 15% das mulheres trabalham e há um discurso social baseado em estereótipos", acrescenta.
         Amal também ressalta que são as mulheres que, com pouco acesso ao mercado de trabalho, têm que liderar as famílias dos palestinos presos em cadeias israelenses, que somam aproximadamente 7.000.
Outra consequência negativa da ocupação na situação das mulheres, de acordo com Isalh Jad, diretora do Centro de Estudos Internacionais da Universidade de Bir Zeit, é que impede uma vida política normal, o que impossibilita "reformas legais que melhorem a situação das mulheres".
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