domingo, 29 de janeiro de 2012

EXPERIENCIAÇÃO NAS OFICINAS DE EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA E DE CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS NO FÓRUM SOCIAL TEMÁTICO DE 2012








       Primeiramente quero dar um agradecimento muito especial a todos que participaram das oficinas propostas por mim!! Foi um momento de ressurgências onde pessoas de diferentes áreas de atuação e modos de viver compartilharam as mesmas aspirações, trocaram experiências, preocupações ambientais e que mantém viva em seus corações a emergência da mudança no paradigma civilizatório de exploração da natureza quanto casa comum. E todos convergiram que a principal mudança se faz através da educação, a partir da escola, de crianças e jovens.  Mas é preciso saber também de que escola se está falando? De qual modelo? Da escola conservadora, que castra a criatividade? A que obedece ao projeto hegemônico cegamente em não propiciar o desabrochar da consciência crítica em relação ao mundo?  Daquela que somente aprova para se encaixar em índices estatísticos para mostrar a sua eficiência e como prêmio ganhar verba? Da educação elitizada feita em gabinete sem o sentido da “presença”, do olho no olho? Essas são apenas algumas questões que precisam ser levantadas quando se fala em transformações a partir da escola, que hoje é tão vulnerável e corroída de valores quando não  cumpre o seu papel básico de fornecer conhecimentos como instrumento  para libertar

       São muitas frentes de lutas e cada pessoa que participou das oficinas trouxe a sua bagagem pessoal de conhecimentos e de vivências do seu cotidiano.  Cada qual trabalhando a seu modo porque acredita que ainda é possível “transformar” o seu entorno, é ainda sonhar. O sonho é o combustível de um projeto em curso de libertação de pensamentos unificantes que militarizam o nosso modo de viver diário. De fato, não nos conhecíamos, não sabíamos os nossos nomes, mas a ligação era a de ouvir, aprender e trocar idéias num mundo onde é cada vez mais é difícil parar para ver e ouvir o outro. Por isso o meu muito obrigado pela oportunidade de aprender com tod@s!



1. OFICINA: EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA NOS MOVIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS DE PROTEÇÃO DA BIODIVERSIDADE



      Participaram jovens de diferentes áreas como artes, filosofia, turismo e farmácia. A oficina trouxe um impacto da abordagem biocêntrica na educação ambiental, principalmente na relação humano-animal que permeia movimentos socioambientais de preservação da biodiversidade ( sendo que nesta também inclui  nós humanos de diferentes raças, credos, culturas e a condição de gênero, dentre outros ). Considerei as mobilizações feitas pela Anima Naturalis, VEDDAS, Sea Shepherd, Greenpeace e PETA.

      Foi discutido a questão da identidade e o processo hegemônico de dominação e exploração da vida sob vários enfoques ( vegetarianismo, veganismo, produção do conhecimento científico...). Considero que a oficina foi feliz em seus objetivos, porque além de reunir pessoas que trabalham com educação ambiental para a troca de experiências, também propiciou um “incentivo” pelos ideais em comum. Utilizei alguns filmes do meu canal de vídeosbiocêntricos@gmail.com do youtube,





2. OFICINA: Os conflitos socioambientais e as instâncias do local: os Conselhos Municipais de Meio Ambiente e a Agenda 21



      Participaram em peso representantes de diferentes sindicatos filiados a “Nova Central Sindical de Trabalhadores” (   http://www.ncst.org.br/mural.php?id=14036 ) de todo o país. Considero por sinal uma experiência única pelo relato de experiências como a situação de Altamira onde foram descritos os impactos da construção de Belo Monte nas comunidades locais ( a divisão de opiniões acerca do projeto ), a situação contraditória de alguns indígenas que entram em litígio com a natureza, na medida que caçam animais na lista de extinção para a venda, como a arara-azul e outros animais, o alcoolismo crescente na população, a atuação por vezes duvidosa de algumas ONG’s partidárias e internacionais, dentre outros casos que demonstram a vulnerabilidade social, política e ambiental da região. Conflitos estes gerados a partir de políticas desenvolvimentistas do governo federal e que geraram um caos na instância do local, justamente pelo desconhecimento de um contexto frágil de governança, onde prevalece a “lei do coronel”. Contexto que mostra a invisibilidade da comunidade local e do ecossistema diante o poderio capital e a manipulação política nos conselhos municipais de meio ambiente, principalmente quanto a informação ambiental em audiências públicas. Foi questionado o uso da palavra “democracia”, os seus usos e abusos no contexto de participação em diversos fóruns que em sua maioria possuem uma estrutura engessada de acesso a decisões e de representação política, tornado-se altamente elitizada.

     Também foi discutida a questão das mudanças climáticas como um conflito mundial e como ocorrem de diferentes formas e a atuação dos governos locais que ainda não tomaram atitudes enfáticas, quanto a alagamentos, secas etc assumindo uma atitude passiva e não pró-ativa de prevenção de catástrofes urbanas ao nível local.

  

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