segunda-feira, 30 de janeiro de 2012




EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO FÓRUM SOCIAL TEMÁTICO


Por Swami Fonseca







 Fotos: Swami Fonseca

       Na manhã de sábado ( 28/01) ocorreu a II Jornada Internacional de Educação Ambiental, que contou com a presença de Leonardo Boff, Marina Silva ( diretora do Instituto Marina Silva ), Jussara Cony ( secretária Estadual de Meio Ambiente do RS ), , Moacir Gadotti ( educador ambiental ), Moema Viezzer ( coordenadora do evento ) Magda Helena da Rosa ( gerente de qualidade da Sul Gás ), Nilo Diniz ( diretor de educação ambiental do Ministério do Meio Ambiente ),José Vicente ( coordenador de educação ambiental do Ministério da Cultura e Educação ), Nelton Friedrich ( coordenador da Itaipú Binacional ), Robin Guevara ( presidente  de educação básica de jovens e adultos do  Pacífico Sul ) e Pierre Calame ( Diretor da Fundação Charles Léopold Mayer para o Progresso Humano).



      Dentre os componentes da mesa os que mais foram aplaudidos foram Leonardo Boff e Marina Silva. Os motivos nem preciso comentar!  O interessante da composição da mesa foi que a sua maioria estava composta por integrantes do Estado, daí a sua grande responsabilidade de conduzir a educação ambiental no país e no RS. Vou me deter nos discursos de Marina Silva e Leonardo Boff, considerando as suas longas trajetórias em educação ambiental, seja através da política, da educação ou através da espiritualidade. Aliás, é nesta última que está a chave para a verdadeira mudança do paradigma antropocêntrico de dominação do homem sobre si mesmo e sobre a natureza. Seria um retorno ao relligare com a natureza, pois tanto Marina quanto Leonardo afirmam que é somente através da emoção ( sensibilização ) que poderá haver a transformação, justamente porque vivemos em nossa sociedade a crise de valores ( solidariedade, compaixão, justiça, honestidade...), responsável pela crise civilizatória que se externaliza no planeta de uma maneira destrutiva. Neste sentido Marina coloca a urgência de colocarmos um “basta” sobre a “ética da circunstância” baseada na dilapidação do ambiente como um modelo político e econômico predatório, mas para isso é imprescindível que exista um “esforço civilizatório” de todos. A ex-ministra do meio ambiente citou a questão das mudanças do Código Florestal e o compromisso assumido pela presidente Dilma em sua campanha eleitoral de vetar o código na salvaguarda da biodiversidade brasileira. Também declarou que este assunto deverá ser resolvido no congresso, pois de acordo com a pesquisa do DataFolha; 80% da população não quer a aprovação das mudanças do código florestal. Eis o caráter multicêntrico da educação ambiental, como Marina explicou, onde vários segmentos da sociedade se mobilizam em prol da causa ambiental. Mas para isso é preciso se “desadaptar criativamente” de um sistema que condiciona sermos “monoblocos”, onde prevalece a razão e a visão única sobre a natureza, como um meio de apropriação pelo trabalho e capital expoliatórios.


      “O pior da crise é ir ao encontro da escuridão, é deixar as coisas como estão”. Nas sábias palavras de Leonardo Boff, quando se refere a importância de cada um de nós fazermos a nossa parte no cuidado da mãe Terra, que é um organismo vivo tão vulnerável as chamadas “25 formas de destruição” pela potência militarista que ameaça a sua existência. Ele explicou a necessidade da Carta da Terra como sendo a construção de um documento em comum que será levado á ONU, que instaura o direito a uma existência plena responsabilizando os governos e as nações na Conferência Rio+20.

      “Não existe meio ambiente, o que existe é o ambiente inteiro” ( Leonardo  Boff ) Essa frase expressa a necessidade da visão holística da vida e o planeta em si, onde o “começo requer uma mudança entre mente e coração” porque essa redescoberta parte do “eu” em conexão com a natureza. Leonardo Boff ao dizer “o modo sustentável de vida supera o antropocentrismo” substitui a idéia de desenvolvimento sustentável marcado pela economia que não vê outros fatores que se integram a complexidade de percepção da vida existencial na Terra, porque desconsidera outros seres que a co-habitam.  

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

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