segunda-feira, 27 de junho de 2011

SOBRE O CÓDIGO FLORESTAL

8 coisas que todo brasileiro tem que saber sobre o novo Código Florestal!



     O novo código florestal VAI MUDAR SUA VIDA e a de todos os brasileiros. É preciso se informar e exigir que o governo garanta o desenvolvimento econômico do Brasil sem permitir crimes e desperdícios. Há oito coisas que temos que saber sobre isso:



1. Mas afinal, O QUE É? É um conjunto de leis que regulam a preservação dos ambientes naturais no Brasil e que será votado em breve pelo Senado. Em sua forma atual, ele perdoa crimes ambientais e permite o desmatamento de uma área estimada em 1 a 3 vezes a do Estado de São Paulo! Ruralistas dizem que isso é necessário para a produção de alimentos e o desenvolvimento econômico do Brasil, mas isso não é verdade. O novo código traz muitos problemas – veja abaixo.



2. problemas: o novo código florestal perdoa as multas e obrigações de quem desmatou ilegalmente. Tira o poder de fiscalização ambiental do Governo Federal. Reduz a chamada “reserva legal”, que é a porção de uma propriedade rural que deve ser de vegetação nativa. Permite mais desmatamento nas margens de rios, encostas e topos de morro (áreas de preservação permanente, APPs). E no que isso implica?



3. Em mortes! Com menos mata para reter a água nos solos, haverá secas. Em regiões serranas, haverá enchentes, porque haverá menos floresta para evitar que a água escorra para partes baixas. Já vimos isso: os acidentes recentes nas serras do RJ e SC ocorreram em áreas de preservação não respeitadas! O desmatamento recente aumentou doenças transmitidas por mosquitos, como malária e dengue. O novo código aumentará a emissão de gás carbônico para o ar pelo Brasil em até 17 vezes. Esse gás é o principal responsável pelo aquecimento global, que gera catástrofes climáticas e perdas na agricultura.



4. O novo código PERMITE O CRIME: o perdão para quem desmatou ilegalmente representa um incentivo aos crimes ambientais. Ao perdoar as multas, perdemos milhões de reais que poderiam ser investidos em escolas, moradias, hospitais. Hoje, mais de 90% das propriedades rurais do país não respeitam áreas de preservação previstas por lei: 600 mil km quadrados de terras deveriam ser replantados! Com o novo código, essa situação irá piorar.



5. A FLORESTA VALE MAIS DINHEIRO em pé! Florestas aumentam a produtividade agrícola por trazer polinizadores para as lavouras e controlar pragas. Elas diminuem a contaminação dos rios - sua presença nas margens reduz o custo de tratamento da água em até 150 vezes! O turismo em áreas de preservação é a principal atividade econômica de muitas cidades brasileiras com enorme potencial de ampliação. Há um inexplorado mercado de emissão de certificados verdes, por exemplo para madeira ou alimentos sustentáveis. O desmatamento ameaça o valor dos produtos brasileiros e as exportações: há um esforço internacional de redução das emissões de gás carbônico, e certos países europeus já sinalizaram cortes à importação de produtos gerados sem respeito ao ambiente!



6. O Brasil Já tem áreas agrícolas suficientes para aumento da produção de alimentos para o mercado interno e exportação. Mas nossa pecuária é de baixíssima produtividade, com em média 1 cabeça de gado por hectare (ha) – nos EUA, são 3. Aumentando para 1,5 por ha, seriam liberados 50 milhões de ha! Além disso, há uma cultura de abandono de áreas agrícolas em vez de recuperá-las. A produção agrícola pode e deve ganhar em produtividade, e não em extensão.



7. O novo código não favorece os pequenos agricultores, mas sim os latifundiários e empresas de pesticidas, fertilizantes, transporte e revenda dos produtos. No Brasil, o pequeno agricultor tem dificuldade para obter crédito e não possui assistência para aumento, armazenamento e escoamento de sua produção. 800 mil produtores não têm títulos de suas terras. Esses são os verdadeiros limitantes da produção de alimentos no país, uma vez que a agricultura familiar é responsável por 70% dos itens básicos de alimentação dos brasileiros! Por outro lado, sobram estímulos para os grandes produtores de itens que não vão para nossa mesa, como soja, cana-de-açúcar e carne para exportação.



8. É o MAIOR CRIME AMBIENTAL DA HISTÓRIA do Brasil, que prevê a extinção de mais de 100 mil espécies. A dizimação de peixes, répteis e anfíbios provocará aumento nas populações de insetos e portanto de doenças, pragas e necessidade de agrotóxicos. A redução da Amazônia poderá chegar a 60%, crítico para a manutenção física da floresta, que pode colapsar irreversivelmente. O novo código florestal ignorou completamente a comunidade científica, tendo sido pautado em interesses unilaterais de certos setores econômicos.



Portanto, manifeste-se! Temos que mostrar aos senadores e à presidenta Dilma que NÃO somos contra o desenvolvimento econômico, mas sim contra a forma como ele é proposto com o novo código florestal. Comece juntando-se a nós no manifesto que vai acontecer no dia 19 de junho (domingo), às 14:30, começando no vão do MASP, na Av. Paulista em São Paulo. Obrigado!


Nota: as informações acima apresentadas se baseiam em artigos e relatos técnicos assinados pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC) ["O Código Florestal e a Ciência: contribuições para o diálogo", "Perguntas Frequentes, O Código Florestal e a Ciência, respondidas pela SBPC e ABC", "Nota da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC) sobre a decisão da Câmara dos Deputados com relação ao Código Florestal"] e em volume da revista científica Biota Neotropica (Vol. 10, no. 4) dedicada à questão do código.



Movimento Brasil Pela Vida nas Florestas.
http://www.brasilpelasflorestas.blogspot.com


Luiza Chomenko
Museu de Ciências Naturais
Fone: (51)3320-2087


Denúncias sobre a Poluição Atmosférica aos órgãos responsáveis Brigada Ambiental e FEPAM, resultam em descumprimento das condicionantes pelas empresas Yara e TIMAC.

        No dia 20/06 após inúmeras denúncias para a brigada ambiental que é das próprias empresas (YARA tel. 08006424300 e TIMAC tel. 08007261140) e após 1 hora sem solução, para a Emergência Ambiental da FEPAM (tel. 0xx51-99827840) chegou ao conhecimento de que desde às 10hs30min oficialmente a SMMA estava informada, embora relatos de que  à partir das 8hs, as emissões com odor já estavam fortes e acumuladas sobre a região central do Município do Rio Grande. Às 15h30min as condições apresentadas nas fotos mostrou que as emissões de YARA e TIMAC AGRO no DIRG não foram reduzidas ou cessadas, como seria pertinente em condição de baixa dispersão atmosférica.

Yara

  TIMAC AGRO

Margem do marisma a 3,2 Km do DIRG.
         A área da cidade sob influência da pluma de efluentes atmosféricos nas condições de ventos do quadreante Sul está representada na figura abaixo pelas linhas vermelhas com 3 Km de raio.


       Enquanto isso vem acontecendo na cidade desde a década de 70 ou seja, há mais de 12 anos, parece que agora, os esforços se concentraram e o caso está sendo debatido na mídia de circulação de massa.

         Uma vez que as denúncias não foram atendidas nem pela brigada ambiental da YARA e nem pela brigada ambiental da TIMAC e como não surtiram efeitos as denúncias à emergência ambiental da FEPAM, aguardemos então, a sábia palavra de nossos Ilustríssimos Promotores, uma vez que as condições climáticas não estavam favoráveis e as denúncias não foram atendidas.

 FONTE:

sexta-feira, 24 de junho de 2011

DESVIOS DE LIBERDADE

É o título da intervenção cultural que está sendo realizada na biblioteca da FURG, campus carreiros, até o dia 6 de Julho. A sua proposta é de trazer a reflexão do uso dos animais na ciência, na produção, no comércio sob a visão abolicionista, problematizando assim a relação humanos e não-humanos. Vale a pena conferir e refletir....





Autores:

Anne Farias
Cláudio Azevedo
Roberta Cadaval
Karina Ramos

exposição-intervenção

terça-feira, 21 de junho de 2011

...E SE FOSSE NÓS NO LUGAR DELES....

Campanha MAIS CASTRAÇÃO = MENOS ABANDONO - Vakinha.com.br - vaquinhas online

Campanha MAIS CASTRAÇÃO = MENOS ABANDONO - Vakinha.com.br - vaquinhas online
De vivisseccionista a antivivisseccionista
 por Carlos Zanetti
         Permitam-me que me apresente: Meu nome é Carlos Roberto Zanetti, sou paulista de Jundiaí, interior de São Paulo. Formei-me em Ciências Biomédicas pela então Escola Paulista de Medicina, onde também desenvolvi minha dissertação de mestrado e de doutorado, ambas em Imunologia, tendo o vírus rábico como objeto de estudo.
         Durante o doutorado fiz um estágio sanduíche no Instituto Pasteur de Paris, na Unité de la Rage. No intervalo entre o mestrado e o doutorado prestei concurso público no Instituto Pasteur de São Paulo, onde dei início a uma carreira de pesquisador científico.
         Naquela época tinha o sonho de ser aprovado em um concurso para professor na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o que se tornou realidade em 1997. Hoje sou professor associado 3, chefe do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia e orientador no Programa de Pós-graduação em Biotecnologia e Biociências da UFSC. Além disso sou bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq – Nível 2. A trajetória descrita nesta dezena de linhas representa o percurso de uma vida de 50 anos, que completo no próximo mês.
         Metade desses anos estive constantemente em contato direto com animais de laboratório e graças às suas vidas (ou às suas mortes?) publiquei a ampla maioria dos meus 42 trabalhos científicos. Embora não gostasse de executar vários procedimentos com animais, nada indicava que um dia eu abandonaria tais práticas, até eu ter sido indicado representante de meu Departamento junto a Comissão de Ética em Pesquisa com Animais (CEUA).
        Nas reuniões da comissão havia duas professoras cujos pontos de vista destoavam de todos os outros professores: a representante do Departamento de Filosofia, Profa. Dra. Sônia Felipe e a do Departamento de Ecologia, Profa. Dra. Paula Brüger. Elas provocavam os demais professores a reflexões profundas e incômodas, sempre com argumentos inteligentes. Pela primeira vez em toda minha carreira ouvi vozes dissonantes a tudo que me haviam ensinado.
        Nas votações dos pareceres dos projetos encaminhados aquela CEUA, ambas eram sempre votos vencidos e demorou um tempo até eu ter coragem de acompanhar seus votos contrários a projetos que não passavam pelo crivo ético. Desde então minha visão sobre a utilização de animais em pesquisa mudou radicalmente. Como que aplicando o princípio dos 3R`s na minha vida profissional, fui diminuindo, refinando e finalmente substituindo o uso de vidas de animais não humanos por procedimentos in vitro.
         Há mais ou menos dois anos não mato mais nenhum animal. A minha transformação pessoal respingou em outros colegas de Departamento: foram suprimidas as aulas práticas que utilizavam animais na disciplina de Imunologia, ministrada para os cursos de Ciências Biológicas, Medicina, Enfermagem, Odontologia,  Nutrição  e Farmácia; duas professoras filmaram estas aulas que em breve estarão disponíveis para utilização em outras Universidades; outro professor encerrou os estudos com vacinas contra HIV  realizados em camundongos e agora realiza estudos mais complexos, multidisciplinares, em seres humanos infectados; foram abertos espaços em aulas para se abordar a utilização de animais em pesquisa no curso de graduação em Ciências Biológicas e no Programa de Pós-graduação.
         É, portanto, para relatar aspectos dessa minha experiência que estou aqui. Novo desafio que encaro com alegria e com esperança. Alegria por estar livre de deliberadamente causar a morte a seres que, assim como eu, compartilham desta misteriosa e maravilhosa experiência que é a Vida. Esperança de contribuir para que seja construída uma Nova Ciência, cujos meios e fins sejam mais nobres do que os atuais, impostos por interesses nem sempre explícitos.
Fonte:


Vivissecção: ciência ou barbárie?

Aurélio Munhoz

         A palavra complicada que usamos no título deste artigo justifica uma explicação inicial. Em sentido restrito, vivissecção é a prática (cuja origem é atribuída ao médico romano de origem grega Cláudio Galeno, no século I DC) de se dissecar animais vivos para estudar sua anatomia e fisiologia. Em sentido amplo, o termo define todos os experimentos realizados em animais vivos.
        Tanto em um caso quanto no outro, porém, os resultados são sempre os  mesmos: dor e sofrimento.  É isso o que acontece nas câmaras de torturas –  eufemisticamente chamadas de laboratórios – de universidades públicas e privadas, indústrias (sobretudo de produtos farmacêuticos e cosméticos) e institutos de pesquisa.
        Nelas, animais vivos – mamíferos, em especial – são submetidos a um rol extenso de experiências, cujo espaço restrito deste artigo não nos permite detalhar. Citemos algumas: a amputação de membros sadios para a implantação de próteses produzidas com novos materiais supostamente úteis aos seres humanos, a injeção de substâncias tóxicas no corpo ou a aplicação de produtos químicos na pele para a verificação dos seus efeitos e, ainda, a fixação de instrumentos em órgãos internos (como o crânio) para o monitoramento das suas atividades diante de choques elétricos ou de novas drogas.
        Tudo em nome da Ciência – e, de forma velada, do dinheiro. Porque, não se iluda, este é o pano de fundo do debate. Ainda que fosse justificável a necessidade de se torturar e mutilar animais em nome da Ciência, o que é discutível, não o é fazê-lo em nome do dinheiro. Por isso, a vivissecção é, sem dúvida, a maior das questões da Bioética.
       Não por acaso. Não há estatísticas oficiais sobre o número de animais mortos neste gênero de barbárie moderna, mas os PhDs alemães Milly Schar-Manzoli e Max Heller, no livro Holocausto, estimam que a máquina de dinheiro que move esta fábrica de horrores chega a consumir  extraordinários quatrocentos milhões de animais em todo o mundo, anualmente.
        Não se diga, seguindo a cartilha maquiavélica, que os fins justificam os meios. No livro Alternativas ao uso de animais vivos na Educação, o biólogo paulista Sérgio Greif relaciona uma longa lista de alternativas eficazes à vivissecção, que esvaziam os discursos de que este tipo de prática é necessária: modelos e simuladores mecânicos ou de computador, realidade virtual, acompanhamento clínico em pacientes reais, auto-experimentação não-invasiva, estudo anatômico de animais mortos por causas naturais, além dos filmes e vídeos interativos. 
         Apoiadas por cientistas, pesquisadores, políticos e até executivos de grandes empresas privadas, instituições sérias como a InterNiche (International Networtk of Individuals and Campaigns for a Humane Education) e a British Union for the Abolition of Vivisection (organização que existe desde o final do século 19) têm uma coleção de bem fundamentados argumentos contrários a este tipo de prática.
        Provando que a preocupação com o tema não é delírio das organizações de defesa dos animais, a grande maioria das escolas de medicina dos EUA (maior berço científico do planeta) não usa animais. Entre elas, as consagradíssimas Harvard Medical School e Columbia University College of Physicians and Surgeons. Baseiam-se, entre outras coisas, em estudos que comprovam que 51,5% das drogas lançadas entre 1976 e 1985 ofereciam riscos aos seres humanos não previstos nos testes.
        Já em Israel, a El Al (principal linha aérea do País) se recusa a transportar primatas para serem usados em experiências. Lá, a vivissecção é proibida em todas as instituições federais de ensino. O argumento que utilizam para justificar esta atitude, com o qual encerro este artigo, é uma primorosa lição de humanidade. “É mais importante ensinar aos alunos israelenses a compaixão pelos animais porque este sentimento certamente criará maior compaixão por seres humanos”.
Aurélio Munhoz no Twitter: http://twitter.com/aureliomunhoz
FONTE:
http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/vivisseccao-ciencia-ou-barbarie
"Fukushima é muito pior do que se imagina"



           Alerta é de ex-dirigente da indústria nuclear. “Fukushima é a pior catástrofe industrial da história da humanidade”, disse Arnold Gundersen, à rede de televisão Al Jazeera. Cientistas independentes têm monitorado a localização de lugares radioativos perigosos em todo o Japão e seus resultados são desconcertantes. “temos 20 núcleos expostos, os tanques de combustível têm vários núcleos cada um, ou seja, há um potencial para liberar 20 vezes mais radicação do que ocorreu em Chernobyl”, afirma Gundersen. Médicos alertam para possibilidade de chuva radioativa já afetar os Estados Unidos.
Dahr Jamail – Al-Jazeera
“Fukushima é a pior catástrofe industrial da história da humanidade”, disse Arnold Gundersen, ex-executivo da indústria nuclear, à rede de televisão Al Jazeera.

          O terremoto de 9 graus que atingiu o Japão no dia 11 de março causou um imenso tsunami que danificou os sistemas de esfriamento da usina nuclear da Tokyo Eletric Power Company (TEPCO), em Fukushima, Japão. Também causou explosões de hidrogênio e derretimentos de reatores que obrigaram o governo a evacuar moradores em um raio de 20 quilômetros da usina.
Gundersen, operador licenciado de reatores com 39 anos de experiência no desenho de plantas nucleares e na administração e coordenação de projetos em 70 usinas de energia nuclear em todos os Estados Unidos, diz que a planta nuclear de Fukushima tem provavelmente mais núcleos de reatores expostos do que se acredita comumente.

         “Fukushima tem três reatores nucleares expostos e quatro núcleos de combustíveis expostos”, afirmou. “Provavelmente, há cerca de 20 núcleos de reatores por causa dos núcleos de combustível e todos necessitam desesperadamente ser esfriados. O problema é que não há meios para esfriá-los efetivamente”.

         A TEPCO tem lançado continuamente água sobre vários dos reatores e núcleos de combustível, mas isso tem provocado problemas ainda maiores, como a radiação emitida na atmosfera em forma de vapor e na água do mar, assim como a geração de centenas de milhares de toneladas de água marinha altamente radioativa. “O problema é como manter o reator frio”, diz Gundersen. “Estão lançando água e o problema é o que vão fazer com os dejetos que saem desse sistema, pois eles vão conter plutônio e urânio. Onde vão colocar essa água?”

        Apesar da usina ter sido fechada, os produtos da fissão nuclear, como o urânio, seguem gerando calor, o que exige o resfriamento. “Agora os combustíveis são uma massa disforme derretida no fundo do reator”, acrescentou Gundersen. “A TEPCO anunciou que tiveram um “melt trough”, ou seja, um derretimento no qual o combustível passa através do fundo do reator para o meio ambiente. Uma fusão do núcleo (“meltdown”) é quando o combustível derretido cai no fundo do reator, e um “melt trough” significa que ele atravessou várias camadas. Essa massa disforme é incrivelmente radioativa e agora há agua sobre ela. A água absorve enormes quantidades de radiação, o que exige mais água para resfriá-la, o que gera centenas de milhares de água fortemente radioativa”.

         Cientistas independentes têm monitorado a localização de lugares radioativos perigosos em todo o Japão e seus resultados são desconcertantes. “temos 20 núcleos expostos, os tanques de combustível têm vários núcleos cada um, ou seja, há um potencial para liberar 20 vezes mais radicação do que ocorreu em Chernobyl”, afirma Gundersen. “Os dados que estou vendo mostram estamos encontrando lugares perigosos mais distantes do que no caso de Chernobyl, e a quantidade de radiação em muitos deles era a quantidade que levou a que algumas áreas fossem declaradas terra arrasada em Chernobyl. Essas áreas se encontram a 60, 70 quilômetros do reator. Não se pode limpar tudo isso. Ainda há javalis radioativos na Alemanha, 30 anos depois de Chernobyil”.
Monitores de radiação para crianças

          A Central de Reação de Emergência Nuclear do Japão terminou admitindo no início deste mês que os reatores 1, 2 e 3 da planta de Fukushima sofreram derretimentos nucleares totais. A TEPCO anunciou que o acidente provavelmente liberou mais material radioativo no entorno do que Chernobyl, convertendo-se no pior acidente nuclear conhecido. Enquanto isso, um assessor de resíduos nucleares do governo japonês informou que é provável que cerca de 966 quilômetros quadrados ao redor da usina – uma área de aproximadamente 17 vezes o tamanho de Manhattan – tenham se tornado inabitáveis.

         Nos EUA, a doutora Janette Sherman e o epidemiologista Joseph Mangano publicaram um ensaio assinalando um aumento de 35% na mortalidade infantil em cidades do noroeste (dos EUA), após o acidente nuclear em Fukushima, o que poderia, segundo eles, ser o resultado de chuva radioativa originada da planta nuclear acidentada. As oito cidades incluídas no informe são San Jose, Berkeley, San Francisco, Sacramento, Santa Cruz, Portland, Seattle e Boise, e o período considerado inclui as dez semanas imediatamente posteriores ao desastre.

         “Existe – e deve haver – preocupação sobre a exposição de população jovem, e o governo japonês vai entregar monitores de radiação para as crianças”, disse o doutor MV Ramana, físico do Programa sobre Ciência e Segurança Global na Universidade de Princeton, e especialista em temas de segurança nuclear. Ele acredita que a ameaça primordial da radiação segue existindo, sobretudo para residentes que vivem em um raio de 50 quilômetros da usina. “Haverá áreas fora da zona de evacuação obrigatória de 20 quilômetros do governo japonês onde a radiação será maior. De modo que isso poderia significar que haja zonas de evacuação também nestas áreas”.

         Gundersen assinala que foi liberada muito mais radiação em Fukushima do que o declarado pelas autoridades japonesas. “Voltaram a calcular a quantidade de radiação liberada, mas as notícias não falam realmente do tema. Os novos cálculos mostram que, na primeira semana depois do acidente, foi liberada de 2 a 3 vezes tanta radiação como a que pensaram que tinha sido liberada nos primeiros 80 dias. Segundo Gundersen, os reatores e núcleos de combustível expostos seguem liberando micra de isótopos de césio, estrôncio e plutônio. São as chamadas “hot particles” (partículas quentes ou partículas perigosas). “Estamos descobrindo partículas perigosas em praticamente todas as partes do Japão, inclusive em Tóquio”, revelou.

        “Os cientistas estão encontrando-as por toda parte. Nos últimos 90 dias essas partículas perigosas seguiram caindo e estão se depositando em altas concentrações. Muita gente está as absorvendo pelos filtros de ar dos motores dos automóveis”. Os filtros de ar radioativos em automóveis em Fukushima e Tóquio tornaram-se comuns e Gundersen diz que suas fontes já encontraram filtros de ar radioativos na região de Seattle, nos EUA. As partículas perigosas que contem também podem provocar câncer.

         “Elas se fixam nos pulmões ou no trato gastrointestinal e provocam uma irritação constante”, explicou. “Um cigarro não te mata, mas com o tempo acaba fazendo isso. Essas partículas podem causar câncer, mas não podem ser medidas com um contador Geiger. Evidentemente, a população de Fukushima aspirou essas partículas em grandes quantidades. Evidentemente, há pessoas na Costa Oeste superior dos EUA que estão sendo afetadas. Essa região foi bastante afetada (pela radiação) em abril”.

Culpar os EUA?

        Como reação à catástrofe de Fukushima, a Alemanha vai eliminar progressivamente todos seus reatores nucleares durante a próxima década. Em um referendo na semana passada, cerca de 95% dos italianos votou a favor de interromper a retomada da energia nuclear em seu país. Uma recente pesquisa realizada no Japão mostra que cerca de três quartos dos entrevistados estão a favor de uma eliminação progressiva da energia nuclear em seu país.

       A empresa nuclear Exelon Corporation foi uma das maiores doadoras da campanha eleitoral de Barack Obama e é uma das grandes empregadoras em Illinois, Estado onde Obama foi senador. A Exelon doou até agora mais de US$ 269.000 para suas campanhas políticas. Obama também nomeou o presidente executivo da Exelon, John Rowe, para sua Comissão Faixa Azul sobre o Futuro Nuclear nos EUA.

        O doutor Shoji Sawada é um físico teórico de partículas e professor emérito da Universidade Nagoya, no Japão. Os modelos de usinas nucleares no Japão o preocupam, assim como o fato de que a maioria delas foi desenhada nos EUA. “A maioria dos reatores do Japão foram desenhados por empresas que não estavam preocupadas com o efeito de terremotos”, disse Sawada a Al Jazeera. “Penso que este problema se aplica a todas as centrais de energia nuclear em todo o Japão”.

         O uso de energia nuclear para produzir eletricidade no Japão é produto da política nuclear dos EUA. O doutor Sawada pensa que essa é uma parte muito importante do problema. “A maioria dos cientistas japoneses naquela época, em meados dos anos cinquenta, considerava que a tecnologia da energia nuclear estava em desenvolvimento ou não suficientemente estabelecida, e que era demasiado cedo para dar-lhe um uso prático”, explicou. “O Conselho de Cientistas do Japão recomendou ao governo japonês que não utilizasse essa tecnologia, mas o governo aceitou o uso de urânio enriquecido para alimentar centrais de energia nuclear e, assim, viu-se submetido à política do governo dos EUA”.

        Quando tinha 13 anos, o doutor Sawada viveu o ataque nuclear dos EUA contra o Japão, desde sua casa, situada a apenas 1.400 metros do epicentro da bomba de Hiroshima. “Penso que o acidente de Fukushima levou a povo japonês a abandonar o mito de que as usinas de energia nuclear são seguras”, disse. “Agora, as opiniões do povo japonês mudaram rapidamente. Muito mais da metade da população acredita que o Japão deve voltar-se para a eletricidade natural”.
Um problema de infinitas proporções

         O doutor Ramana espera que os reatores e os núcleos de combustível da usina estejam suficientemente frios para um fechamento dentro de dois anos. “Mas será preciso muito tempo antes que o combustível possa ser removido do reator”, acrescentou. “Não há dúvida de que será preciso enfrentar o problema das rachaduras, da estrutura da usina e da radiação na área durante vários anos”. Sawada não é tão claro sobre quanto poderia demorar um fechamento completo, mas disse que o problema serão os efeitos do césio-137 que permanece no solo e a água contaminada ao redor da planta elétrica e debaixo dela. Enfrentar esse problema levará um ano, ou mais.

        Gundersen assinalou que as unidades seguem emitindo radiação. “Ainda estão emitindo gases radioativos e uma quantidade enorme de líquido radioativo. Levará pelo menos um ano até que deixe de ferver, e até que isso ocorra, estará produzindo vapor e líquidos radioativos”.

        Gundersen está preocupado com possíveis réplicas do terremoto, assim como com o resfriamento de duas das unidades. “A unidade quatro é a mais perigosa e corre o risco de colapsar. Depois do terremoto em Sumatra houve uma réplica de 8,6 uns 90 dias depois, de modo que ainda não estamos a salvo. E estamos em uma situação na qual, se ocorrer algo, não existe ciência para isso, ninguém nunca imaginou que teríamos combustível nuclear quente fora do tanque. Não encontraram ainda uma maneira de esfriar as unidades três e quatro”. A avaliação de Gundersen sobre uma solução para essa crise é sombria:

        “As unidades um, dois e três têm dejetos nucleares no fundo, o núcleo fundido, e contém plutônio, que levará algumas centenas de milhares de anos para ser eliminado do entorno. Além disso, terão que entrar com robôs e conseguir coloca-lo em um container para guardá-lo infinitamente, e essa tecnologia não existe. Ninguém sabe como recolher o núcleo fundido do solo, e não existe uma solução atualmente para fazê-lo”.

        O doutor Sawada diz que a fissão nuclear gera materiais radioativos para os quais simplesmente não existe conhecimento necessário para nos informar sobre como lidar de modo seguro com esses dejetos radioativos. “Até que saibamos como lidar com segurança com os materiais radioativos gerados por usinas nucleares, deveríamos postergar essas atividades para não causar mais danos às futuras gerações. Fazer outra coisa é simplesmente um ato imoral, e acredito nisso tanto como cientistas quanto como sobrevivente do bombardeio atômico de Hiroshima”.

       Gundersem acredita que os especialistas precisarão de pelo menos dez anos para desenhar e implementar o plano. “Assim, daqui a 10 ou 15 anos, a contar de agora, talvez possamos dizer que os reatores foram desmantelados e, neste período, se conseguirá terminar a contaminação da água. Já temos estrôncio 250 vezes acima dos limites permitidos no nível aquífero em Fukushima. Os níveis aquíferos contaminados são incrivelmente difíceis de limpar. Portanto, penso que teremos um aquífero contaminado na área da usina de Fukushima durante muito, muito tempo”.

        Desgraçadamente, a história dos desastres nucleares parece respaldar a avaliação de Gundersen. “Com Three Mile Island e Chernobyl, e agora com Fukushima, pode-se precisar o dia e a hora exata em que esses desastres começam, mas nunca quando terminam”.

Tradução: Katarina Peixoto
FONTE:

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17942

Toxina transgênica é encontrada no sangue de mulheres e fetos | www.radioagencianp.com.br

Toxina transgênica é encontrada no sangue de mulheres e fetos www.radioagencianp.com.br
Boletim Transparência Florestal da Amazônia Legal Maio de 2011


          Em maio de 2011, o SAD detectou 165 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. Isso representou um aumento de 72% em relação a maio de 2010, quando o desmatamento somou 96 quilômetros quadrados. Desse total 39% ocorreu no Pará, seguido por Mato Grosso (25%) e Rondônia (21%).  O restante ocorreu no Amazonas (12%), Tocantins (2,5%) e Acre (0,1%).

        O desmatamento acumulado no período de agosto de 2010 a maio de 2011, correspondendo aos dez primeiros meses do calendário atual de desmatamento, totalizou 1.435 quilômetros quadrados. Houve um aumento de 24% em relação ao período anterior (agosto de 2009 a maio de 2010) quando o desmatamento somou 1.161 quilômetros quadrados.

        As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 248 quilômetros quadrados em maio de 2011. Desse total, 42% ocorreu em Mato Grosso seguido pelo Pará (27%), Rondônia (22%), Amazonas (7%), Tocantins (1,5%), e Acre (0,5%).
A degradação florestal acumulada no período de agosto de 2010 a maio de 2011 totalizou 6.081 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior (agosto de 2009 a maio de 2010) houve aumento expressivo (363%) quando a degradação florestal somou 1.312 quilômetros quadrados.
Em maio de 2011, o desmatamento detectado pelo SAD comprometeu 2,8 milhões de toneladas de CO2 equivalente o que representa um aumento de 55,6% em relação a maio de 2010.  No acumulado do período (agosto 2010 - maio 2011) o desmatamento comprometeu 83,9 milhões de toneladas de C02 equivalentes e representou um aumento de 10% em relação ao período anterior (agosto de 2009 a maio de 2010).
FONTE:

http://www.imazon.org.br/publicacoes/transparencia-florestal/transparencia-florestal-amazonia-legal/boletim-transparencia-florestal-da-amazonia-legal-maio-de-2011
Meio ambiente e consumismo: a criança tem a ver com isso?

  
         Para muitas meninas e meninos questões ambientais são levadas a sério, por outro lado estas mesmas crianças podem estar sendo alvo de uma política de consumismo sem conhecer os lados que essa prática esconde.


   Ciranda - organização integrante da Rede ANDI Brasil no Paraná
          Letícia* tem 11 anos. Durante a manhã frequenta a escola e no período da tarde fica em casa, na maior parte do tempo comendo guloseimas e assistindo televisão. Acima do peso, a menina já foi ao endocrinologista, mas a vontade de comer biscoitos foi mais forte que a dieta recomendada pela médica. “Quando eu via alguém comendo bolacha recheada, coisa que eu não podia comer, me dava vontade, aí eu parei com o regime”, conta.

        A garota é mais uma das muitas de crianças e adolescentes que tem seu gosto influenciado também pela publicidade. E como a maior parte do seu tempo é gasto em frente a TV, este é o meio que mais influencia os pequenos na hora de escolher um alimento ou brinquedo. Dados do IBOPE dão conta que em 2006 os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de 209,7 milhões de reais. Uma pesquisa do InterScience, de 2003, apontou que meninos e meninas influenciam 80% das compras da casa. No Brasil, crianças entre quatro e 11 anos passam quase cinco horas de seu dia em frente a televisão.

        Os dados acima revelam não apenas a influência da mídia sobre os pequenos, e destes sobre seus pais, mas também o quanto a cultura do “ter” afasta o consumo consciente e aponta para os desafios ambientais que estas crianças terão que enfrentar nos próximos anos. “O consumo é visto como processo e não somente como ato. Ele começa no desejo da compra, na utilização do produto e é também a forma de descartar”, afirma a coordenadora do programa de educação e Mobilização Comunitária do Instituto Akatu, Mirna Folco.

        Para o Instituto Alana, responsável pelo Projeto Criança e Consumo, a regulação da publicidade é uma questão urgente. “Só a lei não resolve, mas ela ajuda aos pais nesta tarefa diária de educar seus filhos. O que acontece hoje é que a publicidade é voltada diretamente para as crianças; ela deveria ser direcionada aos pais para que eles decidam quando e o que deve ser comprado”, defende a coordenadora de mobilização do instituto, Gabriela Vuolo.

        Promovido pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, um seminário debateu no dia 17 de maio a proibição de publicidade direcionada ao público infantil (Projeto de Lei 5921/01). A reunião foi proposta pelo deputado federal Emiliano José (PT-BA). Ele acredita que a regulamentação é uma forma de combater o que ele considera como abuso aos direitos das crianças e dos adolescentes. “Não é correto as crianças serem bombardeadas e impulsionadas ao consumismo e, por conta disso, serem uma espécie de provocadoras do consumo, inclusive de seus pais”, afirma. Para o deputado, assim como acontece em diversos países do mundo, a regulamentação deve acontecer também no Brasil.

Consumismo e sustentabilidade

           O Instituto Akatu possui um site voltado especificamente para crianças, o Akatu Mirim, que busca conscientizá-las sobre a situação do meio ambiente a partir de questões simples e cotidianas. Para a coordenadora, oferecer a este público informações estimula a crítica e compreensão por parte dos consumidores juvenis, em especial as informações publicitárias.

         “Quando você provoca uma reflexão, a criança se protege um pouco desta publicidade. Reflete porque ela quer determinado bem”, diz. Mirna lembra ainda que quando se consome menos, menos também são os recursos utilizados em todo o processo produtivo, além de outras matérias primas, como metais que têm uma reserva escassa. “Se a criança entender que pode transformar e reclamar os direitos, saber como é produzido o produto, como a empresa trata seus funcionários, a comunidade, a responsabilidade ambiental depois do uso, ela vai levar isso pra dentro de casa”, ressalta.

           O tema consumismo infantil deve ser tratado em casa, defende a representante do Instituto Alana. “A regulação da publicidade tem impacto em várias áreas, porém sozinha ela não resolve. O que acontece hoje é que de um lado as crianças são ensinadas a economizar água, reciclar, e de outro elas são incentivadas a consumir. (A regulamentação) é um passo importante para colaborar em evitar o consumismo na infância, mas, além disso, é preciso campanhas educativas, e exemplos vindo dos pais”, pontua.

           Ciranda/EcoAgência

         FONTE:

Apoio fiscal à celulose “zerou” a produção de alimentos | BRASIL de FATO

Apoio fiscal à celulose “zerou” a produção de alimentos BRASIL de FATO

Igreja Católica anuncia que vai colher assinaturas contra novo Código Florestal | Agencia Brasil

Igreja Católica anuncia que vai colher assinaturas contra novo Código Florestal Agencia Brasil
Justiça decide paralisar polêmico projeto na região da Patagônia
Camila Queiroz
Jornalista da ADITAL
Adital
        A justiça chilena decidiu hoje (20) paralisar as obras do polêmico projeto Hidroaysén, que pretendia construir cinco hidrelétricas nos rios Baker e Páscua, na região patagônica chilena. Com isso, o projeto, sob responsabilidade das empresas Endesa Chile e Colbún, fica suspenso temporariamente.
        A Corte de Apelações de Puerto Montt, capital da província Llanquihue (sul do Chile), recebeu os recursos interpostos contra o polêmico projeto de Hidroaysén pelos senadores Antonio Horvath e Guido Girardi, pelos deputados Patrício Vallespín e Enrique Accorsi e por organizações ambientalistas.
       "O tribunal de recurso (apelação) acolheu uma ordem de não inovar apresentada na contramão da resolução que aprovou, o que significa que o projeto se encontra paralisado até que se julgue o mérito do assunto”, informou um comunicado.
        Os recursos foram interpostos contra a Comissão Governamental de Avaliação Ambiental de Aysén, que qualificou o projeto de Hidroaysén como favorável, possibilitando sua aprovação em votação no dia 9 de maio deste ano.
       Em entrevista à mídia nacional, o presidente do Senado, Guido Girardi, um dos que interpôs os recursos, classificou a decisão da Justiça como "um grande triunfo para o país, para proteger a Patagônia, que é a segunda reserva mundial de água doce”.
       O parlamentar afirmou que a resolução 225, que aprovou o projeto, é "ilegal” e os recursos apresentados contra a resolução buscam mostrar, a partir de argumentos legais, como ela infringiu a lei e os regulamentos, adulterou relatórios, "como existiram conflitos de interesses, como se modificou a resolução da Conaf (Corporação Nacional Florestal do Chile) que rechaçava o projeto e que mudou de maneira absolutamente suspeita dado que aí vai inundar o Parque Nacional Laguna San Rafael, de como se lhe deram ilegalmente os direitos de águas, de uma série de informes que eram negativos que logo terminaram sendo positivos”, esclareceu.
        Ele destacou ainda que a paralisação do projeto é uma forma de proteger o direito de todos os chilenos, "pondo o bem comum na frente como prioridade e não os interesses das empresas como se estava fazendo até o momento”.

Repúdio popular

        Além do questionamento no âmbito jurídico, o projeto de Hidroaysén suscitou fortes expressões de repúdio por parte da sociedade chilena desde sua aprovação. Com um índice de rejeição superior a 60%, segundo enquete da Fundação Aysén Futuro, população e ambientalistas temiam os impactos sócio-ambientais que as cinco hidrelétricas na Patagônia poderiam trazer.
        Durante o período de luta contra o mega-projeto, houve diversas ações nacionais e internacionais, em países como França, Alemanha, Estados Unidos, Espanha e Argentina. No "aniversário" de um mês da aprovação do projeto, o Movimento Cidadão Patagônia Unida (MCPU) realizou uma grande manifestação na capital da região de Aysén, Coyhaique, junto a estudantes secundaristas.
Para o dia 2 de julho, está prevista mais uma manifestação, quando os protestos ocorrerão em nível nacional e mundial.
Com informações de TeleSur e La Tercera
FONTE:
AGROTÓXICO
Professor Dr. Althen Teixeira Filho

          "Agrotóxico" é um tema sobre o qual poderíamos debater horas ou dias, manifestar opiniões favoráveis ou contra, recomendar o uso ou não, entretanto, independente deste fato, eles são o que são; venenos sintéticos de alta potencialidade produzidos pelo homem para "matar pragas". Aliás, como negar o óbvio expresso no próprio nome? São biocidas - matam tudo o que tem vida!
               Também é fato que "o mundo tem fome", precisa ser alimentado e várias vezes ao dia. Não obstante, os informados sabem que a produção de alimento atende esta demanda global. Então, por que ainda tem gente morrendo de fome (de crianças ainda em úteros, suas mães, até velhos)? A resposta, tão simples quanto desumana, é que os governos/empresas não têm interesse/estrutura/não se preparam para a distribuição deste alimento produzido. Em alguns casos, como em grande parte da parcela de grãos que o agronegócio nacional produz, a preferência é de alimentar animais. Some-se a isto o fato de que, hoje, "grãos" não servem só para alimentar, mas passou a ser uma coisa chamada "commodity", que equilibra ou desequilibra a "balança comercial". É negócio!
               A argumentação que discute diferenças entre "volume" e "quantidade" não passa de tergiversação e discurso ilusório. As doses são abusivas, criminosas, desproporcionais e só atendem os interesses delituosos das empresas.
               "Pragas" surgem em ciclos biológicos naturais ou por conta do desfrute equivocado de plantios (mais comum), como nas lavouras comerciais (monocultivos) que destroem o equilíbrio predador/predado. Muitas "pragas", assim como as "plantas invasoras", são, na realidade, elementos próprios e fundamentais à vida de determinados biomas. Elas têm sua designação alterada visando enganar os menos atentos. Puro engodo de espertalhões.
               Como professor de anatomia não possuo a melhor qualificação para dizer qual a forma adequada de plantar, mas já vi produtores familiares produzindo qualitativamente, sem agrotóxicos e devo salientar que este grupo não é pequeno. O interessante é que são combatidos e relegados à sua própria sorte, recebendo apoio irrisório - uma verdadeira afronta - por parte de programas governamentais.
               Intelectualmente é pobre, e até grotesco, argumentar que para produzir precisamos anexar ao alimento altíssimas doses de venenos e, ainda insano, fazer com que o próprio alimento disponibilize a peçonha - como a toxina Bt.
               E aqui já alcançamos outro crime - os transgênicos!
               Publicações demonstram que esta toxina Bt ultrapassa a barreira placentária, indo agredir a própria segurança do feto (Aris, Aziz & Leblanc, Samuel. Maternal and fetal exposure to pesticides associated to genetically modified foods in Eastern Townships of Quebec, Canada. Reproductive Toxicology. Article in Press). Percebam que esta mãe nem precisa ir até a lavoura para se contaminar, pois recebe o veneno em sua casa, embalado e com data de validade. Este "alimento" fantástico também é chamado de "commodity"!
               Já está comprovado que os biocidas necessitam aumentar sua dose de aplicação, pois as "pragas" se tornam resistentes - estão nos envenenando cada vez mais e mais. Temos, também, a troca de biocidas. A CTNBio já recebeu pedido de pesquisa visando a aplicação do famoso "agente laranja", pulverizado por mercenários sobre o Vietnam durante a guerra, e que foi responsável pela morte em agonia de milhares de pessoas, pela mal formação e também morte fetal de outros tantos indefesos/inocentes.
               E como o organismo recebe um veneno deste tipo? Com morte celular e alterações gravíssimas.
               Alguns hormônios difundem-se nos tecidos orgânicos em valores expressos em "fentogramas", valor igual a 10-15, ou seja, 0,00000000000001. Registre-se que a quantidade de agrotóxicos - e produtos presentes em transgênicos - que ingerimos via alimentar é muito superior e, assim, entende-se que a ingestão destes geram sangramentos no sistema digestório, espessamento de mucosas de células intestinais, proliferação celular desregulada (o que pode levar à câncer), náuseas, alergias gravíssimas, dificuldade de aprendizado, entre outros".
               Os resultados de pesquisas em ratos mostraram que o Glifosato Roundup foi responsável pela desregulação hormonal e diminuição significativa da produção de testosterona, corroborando efeitos tóxicos sobre o sistema reprodutivo endócrino (Romano, Renata Marino; Romano, Marco Aurélio, Oliveira; Cláudio Alvarenga. Arch Toxicol. 2010, 84:309–317), assim como indutor de más formações fetais (Romano, R. M. et al. Chem. Res. Toxicol. 2010, 23, 1586–1595). E, se ocorre em testículos, pode-se inferir que os ovários sofram iguais efeitos, já que ambos têm a mesma origem embriológica. Realço que as conseqüências para as mulheres são muito mais terríveis, pois elas não renovam seus gametas que, uma vez agredidos ou alterados, as gestações terão altíssima possibilidade de gerar problemas (morte fetal, mal formações, etc.). Outros estudos já relacionaram o mesmo produto ao câncer de próstata.
               Recente notícia repassada em 25 de maio de 2011 pelo noticiário alemão "Exakt - Das Nachrichtenmagazin" (http://www.mdr.de/exakt/8640261.html), com o título "Glifosato - O perigoso veneno de plantas" (Glyphosat - Das gefährliche Pflanzengift) relata, em agricultores, doses de 5.6mg/litro de glifosato na urina - esta dose é elevadíssima se comparada com o volume acima relatado de fentograma com que os hormônios atuam. Alguns acham que está bem, como o presidente da CTNBio, que disse que beber um copo deste biocida não traz problemas (http://diplomatique.uol.com.br/artigo.php?id=745). Esta defesa apaixonada e irracional deste produto não combina com a investidura do cargo, mas a exigida isenção não ocorre, nem por fingimento.
               Por fim, lembro que o DDT "veio para salvar a humanidade das pragas", mas como praga/veneno em si mesmo, foi responsável pela morte de muitos, tem-se fortes suspeitas de ter contribuído pela diminuição na produção de espermatozóides da espécie humana, diminuição da própria qualidade de vida, matou animais silvestre - quase extinguiu a águia americana - ainda está presente em todo o planeta e serviu, de fato, só para enriquecer seus produtores. A mesmíssima coisa ocorre com o glifosato, e que não é biodegradável como mentiam as primeiras embalagens, e a Monsanto foi punida por isto.
               Assim, mesmo que pudéssemos escrever muito mais, voltamos ao início. Agrotóxicos são o que são; biocidas gerando fortunas bilionárias aos seus produtores. E dane-se o mundo!
 P.S. Notem que as crianças em gestação são extremamente agredidas, fato que parece não importar para alguns grupos, mas nada justifica tamanha sanha em busca de acúmulo financeiro.
Dr. Althen Teixeira Filho
Professor Titular
Universidade Federal de Pelotas

Glifosato: dos décadas de mentiras de empresas y gobiernos, por Dra Graciela Gomez | Portal EcoDebate

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Energia eólica é fonte limpa e renovável de energia, mas não tem prioridade para expansão no Brasil | Portal EcoDebate

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sexta-feira, 17 de junho de 2011

chicote nunca mais

Correio Braziliense - Economia - Ibama liberou licença à construção de Belo Monte, apesar pendências

Correio Braziliense - Economia - Ibama liberou licença à construção de Belo Monte, apesar pendências
Ministério Público recomenda suspensão dos licenciamentos ambientais de empreendimentos hidrelétricos na Bacia do Alto Paraguai até que seja realizado estudo que avalie impacto cumulativo de usinas e pequenas centrais

          Ministério Público Federal e Ministério Público de Mato Grosso do Sul recomendaram ao Ministério do Meio Ambiente a realização de avaliação ambiental estratégica (AAE) na Bacia do Alto Paraguai, com o objetivo de mensurar os impactos ambientais decorrentes da exploração intensiva do potencial hidrelétrico no planalto que circunda a planície pantaneira.
         A suspensão dos licenciamentos ambientais em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso justifica-se pela necessidade de interromper a expansão dos empreendimentos antes que danos mais graves sejam causados ao pantanal. A Bacia Hidrográfica do Paraná, da qual faz parte a Sub-Bacia do Alto Paraguai, é a mais explorada do país para geração de energia, com índice de utilização de 73% em relação ao potencial inventariado.
          Laudo da Câmara Técnica do Ministério Público Federal catalogou 114 empreendimentos previstos para a Bacia do Alto Paraguai (44 em operação, 47 em aprovação/análise e 23 inventariados), além de outros 23 estudos de inventário ainda em andamento. Caso implantados todos esses empreendimentos, o laudo registra a “indiscutível possibilidade de que o hidrograma geral da cheia pantaneira e outros parâmetros de relevante importância para o equilíbrio ambiental exercido pelo Pantanal possam ser alterados”.
          Sustentabilidade - As medidas determinadas pelos Ministério Público objetivam estabelecer os limites de sustentabilidade ambiental da exploração do potencial energético da bacia, assegurando a preservação do bioma pantaneiro, classificado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera.           “Em função da sua fragilidade e do grau de impactos que vem sofrendo, é possível considerar o Pantanal em estado ameaçado de conservação”.
          O Estado brasileiro também não cumpriu o compromisso reafirmado na última Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas de preservar pelo menos 10% do Pantanal. Atualmente, apenas 4,07% do território do Pantanal está protegidos em Unidades de Conservação, sendo 2,22% em unidades de proteção integral e 1,85% em unidades de uso sustentável.
         Os impactos atingem potencialmente regiões em outros países, como Bolívia e Paraguai, o que também contraria a Convenção sobre Diversidade Biológica, em que o Brasil assumiu a “responsabilidade de assegurar que atividades sob sua jurisdição ou controle não causem dano ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional”.
          A solução proposta é a elaboração de uma avaliação ambiental estratégica (AAE) em toda a Bacia do Alto Paraguai (BAP). A diferença entre a Avaliação AAE e as avaliações convencionais é que ela leva em consideração os impactos cumulativos dos empreendimentos. Assim, os estudos para instalação de uma nova usina em um rio que já possua uma barragem, por exemplo, deverão somar o impacto já existente com os impactos do novo empreendimento.
         Atualmente, o licenciamento ambiental de um projeto é concedido a partir de avaliações do impacto ambiental apenas para um dado empreendimento. Já a AAE permite a identificação, o mais cedo possível, dos efeitos cumulativos e das alterações de grande escala. A vantagem é que ela compatibiliza a geração de energia com a conservação da biodiversidade e a manutenção do equilíbrio ecológico do bioma pantanal.
        O texto da recomendação afirma que “é impossível que diferentes estudos que contemplem os projetos de geração isoladamente consigam fornecer as respostas aos questionamentos que hoje são apresentados pela sociedade quanto à manutenção/conservação do bioma Pantanal face ao desenvolvimento econômico da região”.

         Foram expedidas recomendações para o Ministério do Meio Ambiente, Ibama e os órgãos ambientais de Mato Grosso do Sul (Imasul) e Mato Grosso (Sema). O acatamento da recomendação deve ser comunicado em até 45 dias.
        Clique aqui para ler a recomendação para o Ministério do Meio Ambiente.

      Clique
aqui para ler os documentos expedidos ao Ibama, Imasul (MS) e Sema (MT), que recomendam a suspensão dos licenciamentos ambientais de usinas em projeto, instalação e operação
.
           Avaliação Ambiental Estratégica - É um tipo de avaliação de impacto ambiental (AIA), prevista como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiental (PNMA - Lei n.º 6.938/81, art. 9º). É instrumento necessário para a avaliação de impactos cumulativos e sinérgicos de múltiplos empreendimentos instalados em um mesmo ecossistema.
         A AAE surge da necessidade de assegurar na gestão dos recursos ambientais a consideração dos três objetivos da sustentabilidade: o crescimento econômico, a equidade social e a proteção ambiental.
        FONTE: