quinta-feira, 30 de junho de 2011

Banco Mundial: o principal financiador da crise climática global. Entrevista especial com Sebastian Valdomir



“O Banco Mundial insiste em promover um pacote de soluções que não tem um reflexo real em trocar os patrões/padrões dominantes de produção e consumo em nível global”, critica o ativista ambiental.

Confira a entrevista.

  Ao promover e financiar a energia suja, o Banco Mundial é colocado como um dos principais culpados pela crise climática global pelo ativista ambiental Sebastian Valdomir na entrevista que concedeu por e-mail à IHU On-Line. “O Banco Mundial é, ao impor seu pacote paradigmático de soluções, um dos principais envolvidos nas mudanças climáticas em nível global”, disse. Sebastian afirmou também que os incentivos feitos pelo Banco Mundial no setor de energia “faz com que mais e mais pessoas sejam excluídas desse serviço, porque ele é privado e, por consequência, caro”.

Sebastian Valdomir é uruguaio e coordenador do Programa de Justiça Econômica de Amigos da Terra Internacional.

Confira a entrevista
IHU On-Line – Quais são as responsabilidades do Banco Mundial em relação ao caos climático?

Sebastian Valdomir –
Nós, da ONG Amigos da Terra, divulgamos recentemente um informe sobre as responsabilidades do Banco Mundial na situação atual do campo climático. O Banco Mundial é, ao impor seu pacote paradigmático de soluções, um dos principais envolvidos nas mudanças climáticas em nível global. Os outros responsáveis são as grandes potências desenvolvidas localizadas no hemisfério norte e também as empresas transnacionais. Estes também estão impulsionando um conjunto de soluções aparentes para a problemática global das mudanças climáticas.

Chamamos de pacote paradigmático de soluções porque as mudanças climáticas têm uma conexão direta com o modelo atual de produção e consumo, no qual se insere o sistema capitalista global. O Banco Mundial, como a principal instituição financeira internacional, juntamente com bancos privados e bancos regionais de desenvolvimento, insiste em promover um pacote de soluções que não tem um reflexo real em trocar os patrões/padrões dominantes de produção e consumo a nível global. Por isso, consideramos que são falsas soluções para a problemática do campo climático.

IHU On-Line – Quais são os países mais afetados por essas ações do Banco Mundial?

Sebastian Valdomir –
Os combustíveis fósseis, para centrais de energia a carvão, e outras grandes soluções de geração de energia suja, tem recebido muito dinheiro do Banco Mundial. Na África do Sul, por exemplo, temos visto como o Banco Mundial é o principal doador de dinheiro para a privatização de energia elétrica onde uma empresa – que é a principal abastecedora de energia elétrica do país – tem lucrado muito.  O Banco está colocando dinheiro para capitalizar algumas empresas e isso implica em aumento da produção de energia com base no carvão.

Na outra face da problemática, esse tipo de incentivo feito pelo Banco Mundial faz com que mais e mais pessoas sejam excluídas do serviço de energia, porque ele é privado e, por consequência, caro. Com isso, o Banco Mundial está propondo projetos similares para os outros países do sul e da África, tentando exteriorizar ou regionalizar esse pacote de soluções.
IHU On-Line – O que está por trás desse apoio do Banco Mundial à expansão dos mercados de carbono?

Sebastian Valdomir –
O principal pacote de soluções que está inserido no Protocolo de Quioto trata da redução de emissões e da transecção de certificados de carbono. No entanto, está mais do que provado de que esse é um sistema que faliu, porque o comércio de carbono implica em benefícios econômicos para aquelas empresas que deixam de contaminar. Porém, na verdade, o que aconteceu nesses últimos dez anos é que o comércio de carbono não reduziu as emissões e o que as empresas fizeram foi comprar pelo seu direito a contaminar e continuar poluindo o ar.

E o que o Banco Mundial fez? No relatório que eles publicaram na última semana apontaram que continuam com propostas para “fortalecer a confiança global nesses mercados de carbono”. Como esse sistema já faliu, o banco está se colocando como um certificador de segurança e de seguridade da certificação de que esse sistema ainda vai seguir nos próximos anos. Assim, o banco se coloca não somente como um doador de dinheiro, mas também como um assegurador do comércio de certificados de emissões de carbono em nível global, ainda que esse sistema já tenha demonstrado não servir para enfrentar os problemas derivados da crise climática.

IHU On-Line – Qual o papel do BM no Fundo Verde das Nações Unidas?

Sebastian Valdomir –
Depois do encerramento das negociações em Cancun, o Banco Mundial ficou como administrador do Fundo Verde. Isso significa que ele vai se encarregar de receber as doações dos países e também da administração do Fundo. Por fim, o banco vai se encarregar de criar critérios e distribuir tais valores. Tais critérios não ficaram claros ainda.

Por exemplo, nós sabemos que a China tem agora um nível de emissões muito forte, porque é um país que está se industrializando aceleradamente. Eles, no entanto, não são os responsáveis pela grave crise climática global. Se analisarmos as emissões per capita, veremos que um chinês não consome a mesma coisa que consome um britânico ou um alemão ou um estadunidense. As emissões per capita são um critério importante para definir o destino dos fundos.
IHU On-Line – Como mudar o rumo dessa história? Os países do sul têm, hoje, condições de se desligar do Banco Mundial?

Sebastian Valdomir –
É difícil pensar, até mesmo discutir, quais são nossas alternativas. Tem sido muito difícil atuar somente com uma voz, como se fôssemos países do sul global. O papel de certos países-chaves – como o Brasil, a Índia, a China – são muito importantes, porque estão tendo um crescimento econômico-industrial muito rápido.

Os movimentos, as ONGs de base têm muita expectativa, por exemplo, em relação às propostas da Bolívia, propostas que têm colocado no centro do debate os direitos da mãe natureza e também os mecanismos concretos para julgar os responsáveis da crise climática global, como o Tribunal da Justiça Climática, o referendo global sobre a mudança climática, etc.

Atualmente, estamos vendo que é somente a Bolívia que está indo sozinha contra todo o sistema, buscando lutar contra potências como Estados Unidos e União Europeia, ainda que seja um país que mantém a sua matriz energética baseada no gás e no petróleo. De qualquer forma, o que fez a Bolívia historicamente para agravar a crise climática? Nada.

Outro espaço importante será essa discussão que se realizará no Rio de Janeiro em 2012. Nesse espaço precisamos colocar em xeque o modelo de produção e de consumo, o modelo de produção capitalista como o principal motor da crise ambiental global. Não vemos como pintar de verde o capitalismo. O que nós vemos nos jornais é exatamente um problema de inundação lá, seca aqui, seca lá, grave erosão aqui, aumento dos preços dos alimentos por lá... Toda essa grave crise ambiental-climática global não tem um marco de soluções adequadas pintando de verde o novo paradigma do capitalismo ou da economia.

É muito necessário repensar os termos do desenvolvimento tal como ele foi pensado nas décadas de 1960 e 1970, principalmente na América Latina. É preciso repensar o foco dos avanços que certos governos de esquerda fizeram na América Latina e repensar qual é a matriz ideológica de relacionamento com os recursos naturais. É necessário pensar um novo padrão de relacionamento entre o ser humano, a sociedade e os recursos naturais, que são finitos, que são frágeis.

O Banco Mundial é, portanto, parte de um problema, é um dos principais protagonistas, mas não é único vilão. Falar de crise climática é falar de clima e de economia. Mas é debater também o meio ambiente em geral.
Para ler mais:


FONTE:

Petição: ajude o Brasil a livrar-se de uma prática ilegal que pode extinguir os tubarões




           Nós já falamos sobre finning aqui. Essa prática consiste da pesca ilegal de tubarões para obter exclusivamente suas nadadeiras.
          Em todos os oceanos, cerca de 70 milhões de tubarões são mortos todo ano para abastecer o ávido e lucrativo comércio mundial de nadadeiras de tubarão.
         Depois da captura e corte das nadadeiras do tubarão, os pescadores o atiram de volta ao mar. Muitas vezes vivo, mas brutalmente aleijado, o animal afunda e morre, comido por outros peixes ou apodrecido.
         E pra quê servem essas nadadeiras? Elas abastecem o mercado chinês para produção de sopa de barbatana de tubarão, tradicional prato da culinária chinesa considerado afrodisíaco e símbolo de status.
         A “crença” de que partes de animais podem trazer benefícios à saúde do homem ou curar suas doenças é comum no Oriente. Porém, não se pode justificar tamanha crueldade com os animais através de uma cultura.
          Pior ainda: se você acha que, porque tem a ver com a China, o Brasil está fora dessa, está enganado. Um recente estudo que analisou nadadeiras de tubarões à venda em Hong Kong (um dos maiores mercados no mundo, onde a barbatana de tubarão pode custar até R$ 1.110 o quilo), concluiu que 21% das nadadeiras vinham do Oceano Atlântico Ocidental, área que inclui o Brasil. Ou seja, existem pescadores no Brasil, como há em outros 120 países, participando da pesca ilegal e do tráfico de barbatanas de tubarão.
         O Brasil (Portaria do Ibama nº 121/1998) proíbe que as carcaças de tubarões dos quais tenham sido removidas as barbatanas sejam jogadas de volta ao mar. O país somente permite o transporte a bordo ou o desembarque de barbatanas em proporção equivalente ao peso das carcaças retidas ou desembarcadas.
         O peso total das barbatanas não pode exceder a 5% do peso total das carcaças. Nos desembarques, todas as carcaças e barbatanas de tubarões devem ser pesadas. A legislação é boa, mas de difícil emprego, controle e fiscalização. Será que funciona?
          A pesca para obtenção das barbatanas de tubarão é uma ação predatória: é insustentável e está ameaçando seriamente a sobrevivência das populações de tubarões. 43% das espécies de tubarões em nosso litoral já estão ameaçadas de extinção. Se nada for feito, dezenas de espécies, cujas populações declinaram em até 90% nos últimos 20 anos, estarão extintas nas próximas décadas.
SE VOCÊ NÃO APOIA ESSA ATITUDE CRUEL E GOSTARIA DE AJUDAR A PROTEGER O ECOSSISTEMA MARINHO BRASILEIRO, ASSINE A PETIÇÃO PÚBLICA CONTRA A PRÁTICA DO FINNING NO PAÍS.
FONTE:

Matemática triste: Um animal a cada 8 segundos

Matemática triste: Um animal a cada 8 segundos

José Saramago-La alternativa al neoliberalismo se llama conciencia.flv

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Intervenção militar na Amazônia: A repressão contra os camponeses continua

Intervenção militar na Amazônia: A repressão contra os camponeses continua
Gripe suína e pirataria biológica



por Raymundo Araujo Filho

          É fato que a chamada Revolução Verde na Agricultura (só se for do dólar...) foi iniciada no estado do Rio Grande do Sul e espalhada dali para o Brasil, através de movimentos migratórios pela fronteira oeste até o Acre, já tendo presença marcante no Amapá, Roraima e toda a região Norte, avançando no sul maranhense e Piauí, principalmente, além do Centro-Oeste brasileiro e demais estados do Sul. Sua predatória presença é menos sentida no Sudeste, tendo São Paulo experimentado o estilo predador através de sua própria gente e empresários de fora, expandindo-a para Minas (hoje não mais resistente). No Rio de Janeiro e Espírito Santo persiste fraca vocação agropecuária (sendo importadores de alimentos), apesar de seus inúmeros microclimas, enormes áreas de serra e várzea e vasta região litorânea.
         Mas, foi ali na região dos Pampas que as corporações do agronegócio predador aportaram fortemente, com sua laia de indústrias de venenos agrícolas e para animais, rações industriais, fertilizantes, sanitizantes e toda a sorte de combinações esdrúxulas destas drogas e venenos, com mau manejo agrícola e animal, persistindo monoculturas e gado extensivo ou confinado, opções equivocadas frente ao semi-intensivismo.
          Dali emanaram os tais “sistemas integrados” entre o produtor e os moinhos, abatedouros ou indústrias transformadoras de alimentos, sendo o produtor praticamente escravizado pelo sistema de plantio ou criação determinado pelo complexo do agronegócio, com seus pacotes avalizados e financiados com dinheiro público de fundos de longa amortização ou mesmo fundo perdido.
         Mas, dialeticamente, foi aquele estado, junto com o Rio de Janeiro (Coonatura, com Paulo Aguinaga e Tuíca à frente), que nos proporcionou a vanguarda da genuína e não empresarial Agropecuária Ecológica com a Cooperativa COOLMÉIA, com Nelson Diehl e Glaci Alves à frente (entre outros), apoiados sempre pelos eméritos professores José Lutzemberg (“in memorian”), o engenheiro florestal Sebastião Pinheiro e com grande labor de agricultores como Jaime Carvalho, Roberta Coimbra, a família Primel, Schimidth (do município de Feliz, na Serra Gaúcha), entre outros de valorosa estirpe (a quem aqui homenageio).
         No entanto, o sistema internacional atua em uma espécie de auto-regulação internacional, onde a guerra comercial e de conquista de mercados se dá através da rapinagem econômica e sabotagens tecnológicas.
          A Granja Guanabara, na Raiz da Serra, no Rio de Janeiro, ainda na década de 60 tinha forte iniciativa na independência genética de aves (frangos e galinhas), e foi asfixiada economicamente e vendida para um grupo estrangeiro. Depois, temos o relato de como se destruiu o seu acervo,  substituindo-o por matrizes híbridas de compra obrigatória e eterna aos EUA.
          No mesmo ano do relato acima sobre a Granja Guanabara, 1976, Santa Catarina se sobressaía como possuidora de uma forte inserção no mercado de Suínos, voltado para o Consumo Interno, com raças mistas e autóctones, sem compra significativa de Matrizes Genéticas Internacionais (Landrace, Large White, Duroc e outras) e, é verdade, ainda com baixa sistematização e produtividade, a Suinocultura Brasileira sofreu um ato de Rapinagem Biológica Internacional, com a introdução da Peste Suína Africana, causando uma histeria pré-fabricada, com a dizimação de rebanhos inteiros, destruindo a estrutura vigente (que estava pronta para ser alavancada por um projeto Autóctone), suspendendo QUASE TODAS as Feiras Agropecuárias e Encontros Agropecuários do país, até 1978 ou 79.
        Assim, os Agentes do Agronegócio, no seu braço Industrial Exportador, visando apropriarem-se de toda a estrutura e recursos humanos existentes (então à míngua), apresentaram-se, com o beneplácito dos governos, Agências de Fomento Técnico e Econômico perfeitamente concatenadas entre si, propondo o Sistema Integrado Industrial, praticamente colocando os produtores como executores de um Sistema em que não têm a menor capacidade de intervenção e nem controle do Fluxo de Capitais (custeio e investimento), e nem tampouco algum Poder de Intervenção na Formulação de Preços oferecidos aos seus produtos terminados, tendo contra si TODAS as cláusulas possíveis, caso não cumpram as metas estabelecidas, à sua revelia.
          Este modelo, na verdade focado na venda de Fertilizantes e Venenos, tendo o Produto Final apenas como arremate econômico do Sistema Agroindustrial Monopolista, tornou-se o Modelo hoje fartamente hegemônico entre nós, que nos coloca como grande produtor mundial de grãos e carnes, como o MAIOR CONSUMIDOR MUNDIAL de Fertilizantes, Drogas e Venenos. Para onde vão estas substâncias?
         No início dos anos 90, inicia-se a introdução ilegal no Brasil, dos Transgênicos. Por onde? Pelas fronteiras do RS com a Argentina (na época a vanguarda dos Transgênicos na América do Sul), com uso de venenos da Monsanto Co., importados ilegalmente, do Paraguai.
          Os governos FHC e Lulla foram complacentes com esta iniciativa e, após forte traição eleitoral, finalmente Lulla legaliza o ilegal, regulamentando os Transgênicos. Era um grande passo para a dominação tecnológica de nossas sementes e agricultura.
      Em seguida, vemos tentativas de introdução de disseminação de doenças em animais, a partir de “cochilos” de nossa Vigilância Sanitária, solapada por Sarney, quase extinta por Collor, manipulada por FHC e praticamente “largada de mão” por Lulla. Tivemos a retirada de Santa Catarina do “status” de área livre de aftosa Sem Vacinação e do RS e PR de livre de aftosa Com Vacinação. Foram suspensas, como até hoje, exportações principalmente para Rússia. Era a Guerra Econômica por Mercados, com suas armas biológicas sendo utilizadas.
         A Síndrome da Encefalopatia Espongiforme Bovina (Vaca Louca) e Gripe Aviária foram episódios que derrubaram países produtores no mercado, em alguns casos, penso eu ter sido possível, como a Inglaterra, com beneplácito do governo, favorável a um “tranco de arrumação” de sua oferta mundial de carne bovina, não muito vantajosa para o país (segundo eles), naquele momento de forte alinhamento com os EUA.
          E aí veio a Gripe Suína, provocada pelo escape de um vírus produzido em determinada fazenda dos EUA e espalhando-se deleteriamente, em poucos dias, por mais de 1600 Km2 no México (e depois pelo mundo), que acabara de aderir a ALCA, dizimando o Parque Suíno Mexicano, passando este país a importar matrizes dos EUA, exatamente como faz hoje a terra de Pancho Villa, do EZLN e do Comandante Marcos, conhecido pelas suas comidas a base de Milho-MAIZ (mais de 40 variedades “crioulas”) , tomado pelos Transgênicos da Monsanto e Novartis Co.
          Foi um Deus nos acuda, com forte terrorismo midiático, mas com descobertas como a que o único remédio disponível no mercado (TAMIFLU) tem como base de sua fórmula o Illicium verum (Aniz Estrelado), planta esta que tem 90% de sua Produção Mundial comprada pelo Laboratório Roche, dono da patente TAMIFLU. Consta que, na época Lab. Roche andava muito mal das pernas, pela “crise” internacional das Bolhas Especulativas. Enquanto centenas de milhares de pessoas no mundo caíram de cama, por causa da artificialmente criada Gripe Suína, o Lab. Roche levantou-se de seu estado comatoso...
         Agora, em sua ida à China para reclamar do protecionismo Chinês, a presidente DiLLma, entre pífios acordos comerciais, sem nenhuma transferência de tecnologia chinesa para nosotros, e com envio de fábrica da EMBRAER para lá (para ser clonada em 5 anos), canta como vitória o acordo de exportação de Suínos para o país de Fuman Chu.
          Escrevi, imediatamente, um comentário, onde eu denunciava que esta iniciativa apenas iria encarecer a Carne Suína aqui no Brasil, além de proletarizar ainda mais (no mau sentido) o Produtor Rural Brasileiro, mantido “vivo sob aparelhos” com dois anos de lucros por quatro de prejuízos na atividade integrada da Suinocutura (assim como na da criminosa Cultura Fumageira, entre outras).
            Mas ainda não havia despontado o aspecto mais cruel desta iniciativa. Refiro-me à combinação existente entre nós de total desmonte das Vigilâncias Sanitárias, que está muito aquém de nossas necessidades, com nuances aqui e ali mais satisfatórias, associado ao Sistema Agroindustrial Contaminante com Drogas, Venenos e Fertilizantes Industriais, que permitem neste momento um novo “surto” de gripe Suína (talvez inoculada criminosamente), que já vitimou 9 Brasileiros. Onde? No Rio Grande do Sul, é lógico!

Urge o Combate ao Modelo do Agronegócio!
 Urge o Fortalecimento da Agropecuária Ecológica!
 Urge a Reforma Agrária!
 P.S: Agronegócio que se empana para dizer que produz 32% dos empregos do país, no Campo, emprega apenas 2,5 Trabalhadores por cada 400 hectares. A Agropecuária Familiar dá ocupação e Renda para 4 pessoas a cada 30 hectares, em média. 
Raymundo Araujo Filho é médico veterinário homeopata e sabe que “O Que ERA do Homem, o Bicho Não COMIA”!

FONTE:

Revista Fórum - Assassinato na Amazônia

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Pequenas Centrais Hidrelétricas prejudicam índios e meio ambiente | www.radioagencianp.com.br

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Uma pergunta ao novo diretor da FAO José Graziano | MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

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"Fechamento de 24 mil escolas do campo é retrocesso", afirma dirigente do MST | MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

"Fechamento de 24 mil escolas do campo é retrocesso", afirma dirigente do MST MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
TUBAROES ...  CAÇÕES, etc. e TAL....


por ALMIRA LIMA

 Tubaroes e cações(em dramática extinção).
Sendo assassinados “legalmente” por
Pescadores vorazes.

Um GLOBO MAR,”sorrindo” testemunha esta tragédia No  MAR...Data? 23/6/2011...

Dos animais indefesos-assassinados pelos vorazes
pescadores...somente as barbatanas valiosas são
comercializadas para o mundo asiático.

E nossos governos?
E nossos Ministérios do Meio Ambiente e Pesca?
E  nós todos,assistindo a tudo mudos e talvez  também sorrindo???

Mas a mesma mídia alienada,poderosa,também sorrindo,
Festeja carnavais,futebol,São João,Casseta e Planeta, etc.e tal...
E  todos(ou quase todos) sorrindo alienados-Anestesiados.

Os governos,na ânsia do poder,elegendo Tiriricas da Vida...
E a corrupção passando inocente pelas CPIs...

 E tudo segue tal qual...
AT É QUANDO  ?

terça-feira, 28 de junho de 2011

Câmara aprova criação da Secretaria dos Direitos Animais

          Foi aprovado, na sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre, nesta segunda-feira (27/6), projeto do Executivo que cria a Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda). A nova Secretaria será instituída no âmbito da Administração Centralizada do Executivo Municipal e terá por objetivo executar políticas públicas destinadas à saúde, proteção, defesa e bem-estar animal.
         Pela proposta, a Seda terá, entre suas atribuições, o planejamento, coordenação e execução de ações voltadas à efetivação das políticas para os animais, por meio da interlocução com a sociedade civil, entidades e Poder Público. A Seda deverá também promover e acompanhar a execução dos contratos e convênios, bem como dar continuidade aos acordos vigentes.
        A nova secretaria terá ainda a responsabilidade de promover e organizar eventos com o objetivo de discutir diretrizes para as políticas públicas a serem desenvolvidas e implantadas na área da defesa e bem-estar animal no Município, assim como fortalecer e apoiar as ações voltadas aos movimentos e organizações não-governamentais. A Seda terá também a função de planejar e adotar as providências necessárias para garantir o cumprimento da legislação, bem como organizar, gerenciar e capacitar grupo de voluntários para dar suporte a projetos relacionados à causa animal.
        Pelo projeto aprovado, a, todas as atividades públicas municipais referentes aos animais domésticos passarão a ser administradas pela Seda. A criação da nova Secretaria, no entanto, respeitará e manterá as competências da Equipe de Vigilância de Zoonoses (EVZ), pertencente à Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Cargos

           A proposta aprovada também prevê a criação de cargos em comissão (CC) e funções gratificadas (FG), a serem lotados na Seda, conforme segue: chefe de gabinete (um), gestor C (um), assistente (3), gestor D (um), gerente (um), chefe de equipe (4), oficial de gabinete (um), gerente A (3), chefe de núcleo (3) e chefe de setor (3). A estrutura organizacional, a definição das competências regimentais, bem como a lotação dos cargos em comissão e funções gratificadas, serão regulamentados por decreto, a ser publicado em até 60 dias após a data de publicação da Lei.
         Com a aprovação do projeto, o Executivo Municipal também fica autorizado a utilizar, para o funcionamento da Seda, servidores cedidos de outras secretarias, autarquias e fundação do Município, bem como de outras esferas da federação, preferencialmente aqueles com experiência comprovada, interesse e formação na área de proteção animal.
        A nova Secretaria terá dotações orçamentárias próprias, ficando o Executivo Municipal autorizado a abrir créditos especiais, no Orçamento do Município, para remanejar recursos que possibilitem a execução de projetos e atividades a serem exercidas pela Seda.
        Na votação, na tarde desta segunda-feira, as emendas de nºs 04, 06 e 09 e sub-emenda 01 à emenda 09 foram a provadas. Já as emendas  05, 08 e 10 foram rejeitadas. As demeis foram retiradas antes da votação.
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Vítor Bley de Moraes (reg. prof. 5495)
Regina Tubino Pereira (reg. prof. 5607)
FONTE:

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sexta extinção em massa: 75% das espécies do planeta vai desaparecer?

Por Andreia Hisi
         Sabemos que a interferência humana levou à extinção milhares de espécies na última centena de anos. A escala da redução de populações de espécies é generalizada e muito grande, chegando a atingir cerca de vinte milhões de animais selvagens mortos por ano, apenas em regiões como a África Central. Ao que tudo indica, as principais causas de risco são a perda ou a fragmentação dos habitats, sendo que a caça também é um grande contribuidor, uma vez que a abundância das populações é em torno de trinta vezes menor nessas áreas do que em áreas de preservação. Esse panorama leva à pergunta “a interferência humana atual culminará no sexto evento de extinção em massa?” discutida no artigo intitulado “A sexta extinção em massa já começou?” na revista Nature (471, 51-57).
       Tendo em mente o caráter gradual desses eventos, os pesquisadores analisaram o tempo necessário para alcançarmos a destruição de 75% da diversidade biológica existente no planeta, tomando como base as taxas de extinções conhecidas na última centena de anos e o número de espécies ameaçadas atualmente. As conclusões alarmantes indicam que alcançaríamos a sexta grande extinção entre trezentos e onze mil anos.
       Embora longa em uma escala antropocêntrica, essa escala temporal é extremamente curta comparada com a escala de extinções dos outros eventos  catastróficos, estimadas em centenas de milhares de anos ou mais. “Isto  enfatiza que as taxas de extinções atuais são maiores que aquelas que causaram as grandes cinco extinções”, comentam os autores. De fato, as taxas de extinções atuais são comparáveis ou maiores que aquelas observadas nos outros cinco eventos catastróficos.
        Apenas cinco eventos de “extinção em massa” - definido como situações nas quais 75 % das espécies foram extintas - foram identificados na história do planeta. Entretanto, “de quatro bilhões de espécies que estima-se que a Terra tenha apresentado nos últimos 3,5 bilhões de anos, 99% não existem mais. Isso mostra que as extinções são muito comuns, mas este fenômeno é compensado pela especiação (processo evolutivo pelo qual as espécies se formam)”, ressaltam os  cientistas no artigo.
        O evento mais conhecido de extinção é o ocorrido no período Cretáceo (há 65 milhões de anos), que levou ao extermínio dos dinossauros. Esse evento foi causado, provavelmente, pela colisão de um grande meteoro com nosso planeta, culminando na redução da diversidade biológica e em um evento de extinção.
      Apesar do caráter pontual deste exemplo específico, os autores do trabalho  apontam que em todos os eventos de extinção em massa a sinergia de diversos fatores induz a uma redução dramática do número de espécies ao longo de milhões de anos. Entre eles, são citados a dinâmica climática incomuns, mudanças da composição atmosférica e pressões ecológicas que afetam negativamente linhagens.
          No trabalho, os autores afirmam que há diversas dificuldades intrínsecas a essas comparações. Por exemplo, a falta de informação paleontológica de extinção em diferentes biomas, as diferenças de classificação/identificação de espécies por fósseis e o desconhecimento do número de espécies existentes. Mesmo assim, as estimativas mais otimistas (maiores taxas de extinção no passado e menores no presente) mostram que o cenário é preocupante. Desta forma, pesquisa em alguns  pontos é fundamental para aprimorar nosso entendimento destes eventos: 1) qual a  chance de espécies ameaçadas se extinguirem?, 2) as taxas atuais crescerão ou diminuirão? e 3) qual é a confiabilidade das estimativas realizadas com base em dados paleontológicos.
         A elaboração desse estudo chama a atenção pela análise rigorosa de dados  disponíveis que aponta uma caminhada acelerada em direção à redução drástica da biodiversidade do planeta e, neste sentido aponta a importância do desenvolvimento de métodos e técnicas para a reversão desse quadro e, de forma que estes mecanismos possam adquirir o status de políticas públicas de desenvolvimento e preservação. 
 FONTE:
VÍDEO DO INSTITUTO PESQUISAS ESPACIAIS SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
http://www6.cptec.inpe.br/~grupoweb/Educacional/MACA_MAG/
Estudo indica que variações nos níveis oceânicos estão ligadas a mudanças de temperatura e que desde a revolução industrial o índice do aumento é de cerca dois milímetros ao ano, o maior registrado no intervalo de tempo analisado

         O fato de que o nível dos oceanos está subindo já não é novidade para a comunidade acadêmica. No entanto, uma nova pesquisa da Universidade da Pensilvânia sugere que esse aumento está ocorrendo mais rapidamente do que em qualquer outro período nos últimos dois mil anos.
        O relatório, intitulado "Variações do nível do mar relacionadas ao clima nos últimos dois milênios" e publicado pela Proceedings, da Academia Nacional de Ciências (NSF), indica que há uma relação entre as alterações nos níveis oceânicos e as variações climáticas ocorridas no período, visto que quando a temperatura estava mais baixa o nível do mar permanecia estável, enquanto que nos de aumento de temperatura, verificou-se que o nível oceânico subia.
       “O aumento do nível do mar é um resultado potencialmente desastroso das mudanças climáticas, à medida que o aumento das temperaturas derrete o gelo terrestre e aquece as águas do aceano”, declarou Benjamin Horton, professor e diretor do Laboratório de Pesquisas de Nível do Mar da Universidade da Pensilvânia e um dos coautores da pesquisa.
         Para comprovar que há essa ligação entre as alterações climáticas e as variações do nível dos oceanos, os pesquisadores coletaram amostras de salinas de diferentes regiões, onde existem micro fósseis de bactérias e plantas que podem ser analisados a fim de medir os níveis de salinidade, o que pode fornecer pistas sobre os níveis dos oceanos. “À medida que você vai mais e mais fundo [na profundidade das salinas], você volta no tempo”, disse Horton.
         De acordo com o relatório, entre 200 AC e 1000 DC, o nível do mar manteve-se relativamente estável, e passou a aumentar no século 11, quando ocorreu um período de 400 anos de aquecimento nas temperaturas conhecido como Anomalia Climática Medieval, no qual os cientistas perceberam que o nível oceânico passou a subir cerca de 0,6 milímetros ao ano.
        Após este período, entre os anos de 1400 e 1800, o planeta passou pela chamada Pequena Idade do Gelo, na qual as temperaturas estabilizaram-se novamente, só vindo a aumentar a partir do século 19, depois do começo da Revolução Industrial. Desde então, o índice do aumento oceânico é de cerca dois milímetros ao ano, o maior registrado no intervalo de tempo analisado.

        Segundo Horton, “se se olha o recorde do nível do mar, a primeira aceleração é em 1000 DC. O que se pode imaginar é que as temperaturas eram mais quentes, como sabemos que elas eram durante o aquecimento medieval. Pode-se assumir que os oceanos expandiram e os mantos de gelo derreteram. Então há um período estável do nível do mar, que coincide com a Pequena Idade do Gelo – os oceanos podem ter se contraído levemente, então o nível do mar responde a isso”.
         “É evidente sustentar o óbvio. As leis básicas da física dizem que se você aumenta a temperatura, o gelo derreterá. Mas o que mostramos é o quão sensível o nível do mar é às mudanças de temperatura. O período de aquecimento medieval foi uma mudança muito súbita, mas resultou em uma resposta do nível do mar. Isso indica que eles estão ligados intrinsicamente, e que é uma resposta muito sensível e instantânea”, continuou Horton.
         Para Stefan Rahmstorf, um dos coautores do relatório, a descoberta confirma outros estudos que sugerem que o nível oceânico está aumentando. “Isso reforça nossas projeções... o aumento acelera por causa do princípio de que quanto mais quente fica, mais rápido o nível do mar sobe. Os dados do passado ajudaram a calibrar nosso modelo, e melhorarão as projeções do aumento do nível do mar em relação aos cenários de futuros aumentos de temperatura”.
       “Cenários de um futuro aumento dependem de entender a resposta do nível do mar às mudanças climáticas. Estimativas precisas da variabilidade do nível do mar fornecem um contexto para tais projeções”, ressaltou Andrew Kemp, outro coautor da pesquisa.
         Paul Cutler, diretor do programa da Divisão de Ciências da Terra da NSF exaltou a importância do estudo, alegando que “ter um quadro detalhado dos índices da mudança do nível do mar dos últimos dois milênios fornece um contexto importante para entender as mudanças atuais e as potencialmente futuras. É especialmente valioso para antecipar a evolução de sistemas costeiros nos quais mais da metade da população mundial vive agora”.
        “Nos últimos mil anos, quando a temperatura mudava, o nível do mar mudava. É um grande conjunto de evidências dizer que no século 21, com a indicação de que as temperaturas estão aumentando, o nível do mar vai subir. Essa é uma grande preocupação que resulta desse estudo”, concluiu Horton.
FONTE:

Um novo Código Florestal manchado de tinta antifurto.

Dr. Antônio Libório Philomena
APROFURG / GT PA&MA

Para o Brasil, o ano de 2011 não é o Ano Internacional das Florestas. Agrobusiness, sim, é o salvador da Pátria, e por quê não, do Mundo? Além disso, no Patropi, não existem diferenças entre FLORESTA e plantio de monoculturas exóticas (como eucaliptos) - (Deve ter origem num tipo de cartilha semelhante à do MEC, onde 10-7=4!).
No Congresso (onde 27 dos componentes tem contas à acertar com o IBAMA e 144 com o TSJ), um relator comunista, incrivelmente, defendeu, com unhas e bigode, o capitalismo na forma de agricultura industrial, onde sementes, fertilizantes, venenos, máquinas agrícolas e o mercado são, quase na totalidade, controlados por estrangeiros. Vide exemplos:
·         “Dados inéditos do cadastro rural do INCRA mostram, que até 2008, haviam 4,04 milhões de hectares registrados por estrangeiros. São 34.218 imóveis concentrados em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Bahia e Minas Gerais.” Revista PRODUZ (Ano VI, Nº 61, 2011. Pg 96)
·         “Vamos continuar com as aquisições e os investimentos industriais no Brasil. O desenvolvimento da produção de etanol nos permite compensar integralmente a queda de nossa produção de açúcar aqui na França.” Revista Globo Rural (Philipe Duval do Grupo Tereos Internacional. Maio 2011, Nº 307. Pg 114)
A estratégia do lobby do agrobusiness era a urgência para votar, mesmo que nas sessões da Câmara, as verborréias virassem mantras como: “já foi exaustivamente discutido com a sociedade”, “todos somos ambientalistas[1]”, “Santa Catarina é um bom exemplo”, “Aldo Rebelo visitou todo o País e ouviu todos”, “as ONGs tem interesses estrangeiros para estagnar o Brasil”, “quem sabe preservar é o agricultor”, “compromisso com a área rural para dar segurança jurídica”, “a redenção da agricultura do Brasil”, “que em Rondônia desmatamento é mentira”, “a gente nem sabe quantas leis tem hoje”, “não tem nada que polua mais que a miséria”. Com o pequeno agricultor esvaziando o movimento, novos documentos científicos surgindo e o pescoço do Palocci a prêmio, o lobby agrobusiness estava impaciente e não queria ouvir mais nada.
Cabe registrar que naquele 25/05 às 16 h, na Câmara dos Deputados, quando foi anunciado o assassinato do casal de líderes extrativistas José Claúdio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, que defendiam a Floresta Amazônica dos madeireiros ilegais, se ouviu uma imensa vaia oriunda de criaturas que deixaram externar quem realmente eram: bestiais, que por lucros, não respeitavam nem a desgraça de outras pessoas. Naquele momento, a prova estava clara: como esperar consideração para as florestas, os rios, os morros, os banhados e os seres que lá vivem, se não há consideração com os seus semelhantes humanos?
Ao final: 410 votos a favor, 63 contra; oficializado um retrocesso digno de Terceiro Mundo, onde leis, conhecimentos acadêmicos, práticas sustentáveis e a imensa propaganda verde das companhias foram derrubadas. É doentio, mas quem derruba árvores, também derruba pessoas. Como no livro “Fahrenheit 451”, os livros de Ecologia, Hidrografia, Direito Ambiental e Conservação foram queimados.
Numa análise histórica a votação fica mais clara ainda, quando se sabe que empresas financiaram 70% da receita dos partidos (da receita de R$ 722,7 milhões obtida pelos 12 maiores partidos, R$ 507,9 milhões vieram de doações de empresas). Conforme o TSE, das 19.658 empresas doadoras, 3.996 fizeram doações irregulares. Como exemplo, só a Bunge Fertilizantes liberou R$ 2,8 milhões na última campanha, sendo que o ex-Ministro do Planejamento Martus Tavares (atualmente é Vice-Presidente de Gestão da Bunge)  estava presente nas discussões do Código.
Não se pode esquecer, que a terra no Brasil teve seu preço avultado, sendo assim, iniciada uma corrida contra o tempo para a aquisição de terras. Conforme a Informa Economics houve uma alta de 9% no preço médio das terras no último bimestre de 2010, quando o hectare foi cotado em média a R$ 5.000,00 (Agronômica, pequeno município de Santa Catarina, chega a ter o hectare negociado entre R$ 70.000,00 e 100.000,00).
Com os Órgãos fiscalizadores em completo desmanche (de pessoal, equipamentos e salários) houve um aumento de até 537% no desmatamento em Mato Grosso (em relação ao mesmo período de 2010) com utilização inclusive do correntão. O quadro geral confirmou o fato de que, por conta da “possível votação do novo Código Florestal”, a turma da motoserra se aproveitou da ocasião (expectativa de anistia ao desmatamento). O IBAMA chamou todos os agentes para a Região Norte (Amazônia) do País para conter os desmatamentos.
As notícias, debates e ações são tantas, que o principal é esquecido – o custo (os passivos) que a agricultura industrial perpetua, é a diminuição do futuro com a privatização do lucro e socialização do prejuízo. O processo é conhecido e referido, inclusive, com o substantivo TRAGÉDIA em outras regiões do Mundo, onde já experimentaram esses abusos.
O Brasil, citado em todos os documentos, como um dos países mais ricos do Planeta em natureza não pode cair na vala de provedor relapso (isto é, leniente, no cuidado ambiental e trabalhista para compensar a ineficiência, a falta de logística e infraestrutura) de produtos primários, in natura, sem agregados. Comportamento de neocolônia, inclusive, provendo a preços irrisórios, energia, alimentos, minerais estratégicos, fibras e água a países que são nossos concorrentes.
A nova metodologia de quantificação de sustentabilidade, desenvolvida por Rees e Wackernagel, denominada Pegada Ecológica, nos sinaliza fortemente como será o futuro. A agricultura brasileira é uma atividade, que se aproveita da situação de produção de alimentos, para estabelecer a ilegalidade (no Rio Grande do Sul, apenas 0,57% dos imóveis observam as Reservas Legais, enquanto no Brasil, a média é 9,58%, também preocupante em termos de cumprimento de leis). O Presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (FAMATO), Rui Prado, faz o canto da sereia: “Se não houver a alteração (do Código Florestal), cerca de 90% dos produtores vão ser classificados como criminosos e receberão pena por crime ambiental”. Exatamente, esta ilegalidade em massa (à luz do atual Código em vigor) é a mancha de tinta antifurto. Aquela, que o Sr. Luiz Inácio da Silva, também dissimulou ao dizer que: “Todo mundo sempre fez assim no Brasil”. Afinal, ele era “o cara”! Esta mancha mostra uma tentativa de furto, um furto do futuro de todos os brasileiros. Muito pior que furto a caixas eletrônicos de bancos, pois as consequências são maiores e se estendem a longo prazo (roubando o futuro das gerações que ainda não vieram). Quanto aos furtos de caixas eletrônicos, é sabido que para as seguradoras existe previsão de perda/furto nos bancos; e o lobby deste tipo de assaltantes, não é tão grande quanto do agrobusiness.
A proposta do novo Código Florestal amealhará 200 mil Km² de matas nativas (uma área igual ao Estado de São Paulo), mesmo que exista um passivo na ordem de 83 milhões de hectares em áreas de preservação ocupadas irregularmente – uma área quase igual ao Estado do Mato Grosso ou de um país como a Venezuela (com uma estimativa de passivo pela erosão causada nestas áreas na ordem de R$ 9,3 bilhões anuais). Segundo o documento do GT da ABC e SBPC de maio de 2011: ”Estima-se, que existam hoje no Brasil, 61 milhões de hectares de terras degradadas, que poderiam ser recuperadas e usadas na produção de alimentos”. Sugere-se que some-se a esta área os 400 mil hectares, que poderiam produzir alimentos, mas produzem fumo!
A mancha antifurto também é encontrada nos 2 bilhões de Reais, que estão parados e deveriam ser usados para cortar as emissões de 156 milhões de toneladas de CO2 do setor agropecuário até 2020. Esses recursos estão disponíveis desde setembro de 2010 no BNDES e no Banco do Brasil com juros mais baixos (5,5% ao ano com prazo de 12 anos). Como não é para comprar motosserras, ninguém usou um centavo. O agrobusiness gosta mesmo de subsídios, onde a mancha é mais difícil de se ver.
Para os gaúchos, a mancha antifurto é bem marcada, pois, não bastassem todas essas “tentativas”, a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM) e a Consultoria Céleres divulgaram, que o Rio Grande do Sul está em último lugar em rendimento entre os 17 estados produtores de soja e em 9º, no rendimento da produção de milho.
Só para lembrar, se a agricultura fosse sempre ouvida, do Século XIX até hoje manteríamos a escravatura, pois o lobby da época afirmava, que sem os escravos a nobre atividade de produzir alimentos desapareceria. Esta foi uma das razões, que levou o Brasil a ser um dos últimos países a decretar legalmente o fim da escravidão no País.
A estória se repete.
Até quando?



[1] Ganhou o prêmio, o Deputado Federal Paulo Maluf, que tem “moral” para se considerar “conservacionista”. Sem comentários…